O DÉCIMO SEXTO DIA COM OS AMIGOS - “CAMPO MAIOR” – PARTE 23

Meus amigos já estão falando em retornar, mas afirmam que deixaram Parnaíba com muitas saudades. Estão lamentando não conhecer todo o Piauí. Afinal de contas o estado ocupa uma área de 251.529 km² e tem mais de 220 municípios. Prometi que farei um relato das principais cidades do sul do Piauí que não foi possível chegar até lá em virtude da distância e do pouco tempo disponível.

Hoje no café da manhã o assunto foi o “Projeto Tartaturuga”, eles queriam mais detalhes do que leram nos portais e jornais. Fiz a minha explanação de acordo com meu não aprofundado conhecimento.

O Projeto Tartaruga é uma Atividade de Proteção Ambiental que tem como missão preservar o meio ambiente, ajudar na busca de alternativas de sustentabilidade para a comunidade, realizar atividade de educação ambiental e ajudar tartarugas marinhas. No litoral do Piauí, a maioria das tartarugas está concentrada no trecho das praias entre o Coqueiro e Carnaubinha e também na Pedra do Sal. Os ninhos encontrados nessa região reproduzem de cem a cento e vinte filhotes, mas excepcionalmente já foram encontrados ninhos com reprodução além dessa média. Estão trabalhando nesse projeto biólogos, estudantes, pescadores, sufistas, que levantam dados sobre as tartaturugas marinhas, se empenham em monitorar a praia e desenvolver a educação ambiental.

São cinco espécies de tartarugas que podem ser encontrado na costa brasileira e todas estão presentes no Piauí. São elas: a Tartaruga de Couro que pode chegar a setecentos quilos e dois metros de comprimento, Tartarugas de Pente, Tartaruga Cabeçuda, Tartaruga Oliva, Tartaruga Verde.

Esse Projeto é de grande importância, além de conservar a espécie ainda pode ser atração turística porque não existe nada mais espetacular do que acompanhar a soltura das tartaruguinhas para o mar após a desova e a eclosão.

Ficou por aí o assunto do Projeto Tartaruga porque findo o café da manhã todos já estava de mochilas prontas para pegarmos novamente a BR – 343, dessa vez com destino a cidade de Campo Maior, que fica aproximadamente a 78 km de Teresina, capital do estado e mais ou menos a 261 km de Parnaíba.

Os campomaiorenses se orgulham em dizer que a única Batalha sangrenta pela Independência do Brasil, aconteceu em Campo Maior no dia 13 de março de 1823. Apesar da Independência do Brasil ter sido proclamada em São Paulo pelo Príncipe Regente, no dia 07 de setembro em 1922, as outras regiões não aderiram. A província piauiense foi destaque nesse episódio. Hoje nesse local onde a luta acontece foi construído um monumento que pode ser visto de longe quando se percorre a BR 343. Fica mais ou menos a altura do Pórtico que anuncia a entrada da Cidade dos Carnaubais ou da cidade da Carne Seca como também é denominada. Ou ainda da Cidade de Santo Antônio porque é Ele o Padroeiro da localidade.

O gesto bravio dos combatentes piauienses para orgulho dos campomaiorenses recebeu homenagem até do poeta mineiro Carlos Drumont de Andrade, que faz referencia a Batalha do Jenipapo no seu poema intitulado “Cemitério”, escrito em 1954, eis um recorte da poesia:

“No cemitério de Batalhão os mortos do Jenipapo

Não sofrem chuva nem sol; o telheiro os protege.

Asa imóvel na amplidão campeira” ...

A cidade é famosa pela sua gastronomia. A carne de sol faz parte da culinária campomaiorense. Dela se faz a paçoca, a Maria Isabel e outros pratos tradicionais. Quem passa pela cidade sente-se intimado de parar para comprar a carne seca que fica estendida que nem roupa no varal nas ruas da cidade.

O Açude Grande de Campo Maior contorna a BR 343 é um verdadeiro cartão postal. Água e carnaubal se encontram formando uma linda paisagem. Outras belezas da cidade de Santo Antônio, é a Serra que recebe o nome do Padroeira da cidade e a linda catedral do Santo Casamenteiro.

Meus amigos fotografaram tudo. Comeram da paçoca e da Maria Izabel. Pediram até a receita, mas o difícil é conseguir por lá a nossa carne de sol.

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Parte 23 do Livro “O Quinto” que está em fase de produção e sendo transcrito para o Recanto na proporção que escrevo. Luzilândia será a – Parte 24.

Maria Dilma Ponte de Brito
Enviado por Maria Dilma Ponte de Brito em 05/05/2012
Reeditado em 06/05/2012
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