Um olho no peixe e o outro... estrábico!?

Ele voltou! O super padrinho de todos... O nosso, o vosso... Ele...

“DIDI!”

Bem! Didi tinha uma noiva, a Rosa, que ele amava muito. Sempre que podia lhe levava presentes e flores. Coração apaixonado! Vivia em função do seu amor. Trabalhava muito para conseguir comprar uma casa para os dois, e, assim o fez.

Data de casamento marcada, tudo na maior festa.

“Antônio pensei muito bem e quero um tempo. Preciso saber se de fato, gosto mesmo de você?”

Didi, sem entender muito, aceita a proposta da Rosa, com o coração despedaçado.

Sete meses, após, a proposta, ele fica sabendo pela vizinha.

“Didi, a sua Rosa casou com outro!”

Dor inominável ronda a sua vida. Tanta dor, que Didi precisa aplacá-la! Uma cajibrina vai lhe ajudar.

Você não sabe; o que é cajibrina?

Cajibrina é a “marvada”, a tal da “água que passarinho não bebe”, a famosa, “branquinha”...

Ainda não descobriu?

Eita!

É a pinga, a tar da marvada, caro leitor!

Bem! De gole em gole, o sofrimento fica amortecido, mas, a cabeça e o corpo, também!

Tudo vira de pena pro ar na vida de Didi. Fica pelos botecos e nada de trabalho. Numa cidade repleta de botecos, Didi escolhe um que fica bem no caminho da casa da parentalha. Visão de bêbado fica confusa... meio que desnorteada!... desbussolada!...

“Veja Matilde não é o Didi naquele boteco?”

“É ele!”

“Didi, o que está fazendo? Esta bebendo? Que vergonha?”

“Não conte nada pra sua mãe, Marina. Ela vai ficar brava!”

“Vou contar! Mas, vou contar, mesmo!?”

“Matilde, não conte. Olha, peça o que você quiser que eu dou.”

Didi balançava de um lado pro outro ao falar, como se estivesse em alto mar.

As duas crianças se contentam em olhar o vidro de ovos cozidos coloridos no balcão do bar.

“Venham aqui, escolham um ovo de cada, que o padrinho, paga.”

As duas saem felizes da vida descascando os ovos azulados.

No portão da casa, Marina grita:

“Mãe, o Didi não quer que a gente conte pra senhora, que ele está bebendo no boteco do seu Totonho.”

“No boteco do seu Totonho? Mas, ele é bem cara de pau! Deixa comigo!”

Volteamos no calcanhar e, a seguimos até o boteco. Em pé na porta, Didi a viu chegando e correu se esconder atrás do balcão.

Irene, assim que o vê, pergunta:

“Muito bonito, bebendo de novo?! E, logo aqui, quase no quintal da minha casa!? Muito bonito, heim!, Seu Totonho... vendendo pinga pro Didi... Vergonha na cara para os dois é preciso!”

Irene leva Didi para casa e o faz tomar um café bem forte. Ah! Amargo é lógico!

Bêbado, ainda, Didi fala:

“Nossa! Da próxima vez vou ficar com um olho no peixe e o outro no copo!”