COMO TUDO COMEÇOU...
COMO TUDO COMEÇOU...
Tudo se passou em junho de 1962. Estava cursando o primeiro ano de Direito, e já era funcionário da Prefeitura de São Bernardo do Campo, exercendo funções no Departamento Jurídico.
Paralelamente, na parte de lazer, eu frequentava o Bar Quitandinha, na Oliveira Lima, um ícone de Santo André, por ser o ponto de encontro da turma do Clube Panelinha, o mais famoso reduto dos jovens da cidade. Ali acontecia de tudo. Verdadeira vitrine onde as moças da sociedade andreense focalizavam seus pretendidos, e onde tiveram início diversos namoros, noivados,que acabaram em casamentos. Nesse local, nos reuníamos e servia de ponto de partida para os programas sociais, principalmente, festas, bailes e outros acontecimentos.
Era o tempo das festas juninas. Estava marcada uma, num sábado, na casa da Maria Marta, que ficava na Avenida Dom Pedro II, no Bairro Jardim. De antemão, sabíamos que lá se reuniria um grupo bem seleto de garotas, pois as amigas da anfitriã formavam uma plêiade de moças bonitas. A previsão se confirmou. Logo que chegamos, já se notou a presença delas, deixando-nos antever que seria uma festa bem agradável. Todas devidamente vestidas em traje caipira, tornando o ambiente alegre, muito divertido. O entrosamento foi automático, todos participando das danças tradicionais, em grupo, tipo cordão, enfileirados formando túnel, para passagem por baixo. Entre um intervalo e outro, colocava-se um disco mais romântico, hora em que, os que “tiravam linha” aproveitavam para uma dança a dois, de rosto colado. Numa dessas, notei uma jovem solitária, morena, bonita, simpática, que jamais havia visto na cidade. Cruzamos os olhares, e começamos a dançar. Passamos o resto da festa juntos, cada um falando de sua vida, o que fazia, gostos, enfim, houve um mútuo entendimento entre nós, tudo indicando o início de uma relação. Seu nome, Iara.
No sábado seguinte haveria um baile tradicional no Moinho São Jorge, famoso salão dentro do citado local, muito luxuoso, chamado “Palácio de Mármore”. Promovido por uma entidade beneficente de São Caetano do Sul. O Baile da Pipoca. Combinamos, eu e a Iara de nos encontrarmos lá. Ali, oficialmente, iniciamos o namoro.
Lá se vão quase 50 anos! Em janeiro de 2015 faremos Bodas de Ouro!
(NÃO DEIXE DE LER CLÁUDIA BOFF)