A Verdade Fere
Recentemente, em mais um passeio pelo meu sertão do São Francisco, visito uma amiga dos velhos tempos de juventude, agora morando noutra cidade daquela região. Logo na chegada, sou recebido com essa exclamação: “Virgem, como você está velho!”.
Lembrei-me daquela historinha dos colegas de faculdade, que se reencontraram 30 anos depois. Ele, civilizado, polido, pensando na autoestima dela, diz: “Você continua linda, charmosa, sensual, uma coroa enxuta...” entre outros elogios.
E ela: “Pena que o mesmo não posso dizer de você”.
E ele, em troco, responde: “Faça como eu, MINTA”.
A natureza seria muito pródiga conosco se depois de 30 ou 40 anos ainda continuássemos com a mesma juventude. O importante é que saibamos considerar o tempo decorrido e ao menos possamos dizer assim: “Pelo tempo já vivido, até que está bem, muito bem ou ótimo”.
Neste caso, foram exatamente 40 anos depois. E eu mesmo, para elevar a própria autoestima, digo que estou muito bem, graças às assíduas caminhadas pela orla de Maceió, cuja beleza nos fortalece, não só pela atividade física, mas também pela contemplação da natureza.
Não sou um moço velho, sou um velho moço.