PIZZA NO INTERNATO
PIZZA NO INTERNATO
Não me canso de dizer que uma das épocas mais felizes de minha vida, foi o período de internato no Colégio Arquidiocesano de São Paulo. Foram 6 anos muito agradáveis, à exceção dos domingos à tarde, quando retornava de minha casa em Santo André, após a folga semanal. Justificável, acho eu, pois não há no mundo melhor lugar do que nossa casa, o aconchego da família, mormente para um garoto ainda imberbe. Todavia, logo a vida no colégio retornava ao normal.
A rotina de internato pode parecer bem monótona à primeira vista, pois, fechados entre quatro paredes, os alunos que só pensavam em estudo, não tinham outra opção senão estudar. Sem participar de esportes, jogos de salão, e outras atividades, e não tendo criatividade, aquela impressão até poderia ser verdade.
Comigo isso não acontecia. Deixo claro que, sempre levei os estudos dentro de uma normalidade, não sendo dos grandes estudiosos, porém, nem dos piores. Muito sociável, e considerado um líder no futebol, sempre consegui manter um círculo bem ponderável de amizade.
Uma situação que quebrava a rotina, fugindo do estudo, aula, recreio e missa diária, era a hora das refeições, principalmente, do jantar. O refeitório era composto por diversas mesas que comportavam oito alunos cada. No primeiro dia do ano, aleatoriamente, as mesas eram formadas, e, é claro, havendo certa preferência, entre os que possuíam bom relacionamento. O grupo permanecia inalterado durante o ano todo.
Não posso afirmar, mas, tenho quase certeza de que, em determinado ano, pela primeira vez na história do colégio, os integrantes da mesa à qual eu pertencia, no aniversário de um dos componentes, combinamos de nos apresentar devidamente vestidos com o terno azul que era o uniforme oficial, e, se possível, com gravata borboleta. No sentido de dar maior pompa e brilho ao acontecimento. E, com a permissão da direção, fomos autorizados a comprar pizza numa padaria próxima, podendo, inclusive, com moderação, acompanhar a refeição com cerveja, e o tradicional bolo com velas. Verdadeira festa!
Foi um sucesso! Nosso exemplo passou a ser imitado por todos os outros colegas!
(Não deixe de ler a amiga Fátima Irene Pinto)