Quarenta e oito

O tempo espreguiça-se antes do fim das aulas, contudo corre desesperado nos dias de prova. Não sei se o tempo faz ora com a gente ou se a cada dia ficamos mais reféns ao refletir sobre as horas do tempo… ou seria o tempo das horas?

(…)

Não vi que o relógio tinha rodado quarenta e oito vezes naquele latifúndio urbano. Certamente nenhuma vez – sequer – olhei para o marcador das horas.

O tic-tac cotidiano nos presenteou momentos intensos que deixaram as horas em segundo plano. Ficamos a contemplar os prazeres da vida, regados à volúpia, com uma dose transbordante de lirismo…