ENSAIO SOBRE A ARTE E A CULTURA
Qualquer coisa dentro de uma produção artística que desrespeite os valores tradicionais enraizados na sociedade de origem (qualquer que seja), jamais poderá ser chamado cultura. Se assim o for, e se ficar forçando nessa tecla, a produção artística não passará de um engodo de pensamentos e movimentos que levarão não a resolver problemas do cotidiano ou causar choques de suavidades e afetos no seu coração acerca de alguma deficiência social ou descuido e defeito humano, mas sim será unicamente usada como mera comitiva de um processo de geração de violências e desavenças grupais na sociedade, plena quebra da identidade nacional e total desarmonia das instituições pessoais e públicas (novelas e a maioria dos filmes nacionais e hollywoodianos cumprem exatamente esse papel).
Portanto, cultura expressada através de uma forma artística é o respeito total a valores universais e uma expressão cotidiana da bem-aventurança humana no mundo, para assim se desenvolver uma chocante obra da qual a humanidade pessoal e a sociedade tire proveito sem que jamais deva haver qualquer foco de desorganização social ou nacional. Pelo contrário, a arte é algo que, com os olhos na cultura de um povo, deva servir, além da ternura do sentido emocional, como uma forma de aproximação e interligação das pessoas por meio de um processo de reflexão espantoso que nos leve a perceber ou curar algum problema que esteja afetando a ordem social.
Enfim, pode despertar tesão e ser gostoso dançar ou observar, por exemplo, um funk, arrocha ou Hip Hop, mas, além do fato de esconderem a emoção por trás de uma sexualidade extremada, do que são conseqüências, o que refletem e causam, ficam intrigados muito mais numa desvalorização ou subversão cultural da arte, gerando uma forçação da “descultura” dos costumes tradicionais (tido agora como “caretices”) em nome de um socorro multicultural que só findará, na vida prática, numa confusão desordenada entre nacionais quanto à vida pessoal, familiar, financeira e religiosa. Nesse caso, sendo às vezes causa e quase sempre conseqüência de um processo de desunião e desorganização social em escala geral. Desse modo e nesse sentido, a pureza de um samba de gafieira, um bolero, um tango ou de um balé clássico não tem senão a causa, o condão e a conseqüência de encher de emoção os corações humanos, assim como o respeito a valores culturais.
O número de pais irresponsáveis, mães desleixadas ou solteiras e abortos que são frutos de bailes e baladas supera e muito o número de casais que vão ao teatro comemorar bodas de prata assistindo um balé clássico. Alguma coisa nisso tudo está errada.