Vô mandá uns cotonete pra Deus
AMÁ A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS E AO PRÓXIMO COM A SE MESMO.
Mais i daí! O meu próximo será qui só é os da minha riligião?
Já cansado de morá no Monte Santo, dumingo de meã arresorvi decê a ladêra e dar umas vorta nas rua de Itanhém pra vê se axava uma casinha pra comprá. Passano pela rua bilurizonte eu vi u’a praca de vende-se na casa de Gôta, era mais ó menos nove e meia da meã de dumingo quando eu xeguei na casa dele, dei bom dia e logo pra nun pensá que eu tinha ido cumpra nada falei prele: - vim tumá um café cocê! – vêi pegá o quê? - Não, vim tumá um café cocê! – intão vêi pegá minha muié procê? – não! só vim tumá um café – o que! Ta quereno tumá minha muié? - Não Gota eu nun quero ela! – ah! Tutá quereno Lisbela? Gota tutá é muitio surdo, esse baruio aqui ta te surdeceno meu irmão, tô ino senão quem vai ficá surdo sô eu.
Cumpade véi e cumade véia infilizmente o papo cum Gôta nun deu pra pruciguí, saí sem tumá o café e sem vê Lisbela, eu saí, mais iantes eu dei um cunsêi pra Gôta: pruquê ocê nun xama a CAEMA meu fí, isso aqui é um desrespeito aos vizinho e a CAEMA é qui cuida de som arto na cidade. Saí dalí cum dó de Gôta e indeciso sem sabê se Deus era ou não surdo, pois os povo gritava tanto nas oração qui quem tava ficano surdo já era eu. Minino o som da bateria xegava tinir nos meu zuvido de tão arto qui tava o som.
Xeguei lá no alto do Monte Santo, aquele lugarzim ventilado, tronquilo e alegre, ôiei lá pra riba do céu e quase cunverço cum Deus cara a cara pra preguntá-Lo-Ele se Ele quiria queu mandasse prEle umas caixa de cotonete!
Obiservação: Gota mora na isquina da rua Texêra de Freitas com a rua bilurizonte