Como os ipês em agosto, a flor de maio chega, todo ano, neste tempo. Exata e exuberante. Exibindo matizes de variada beleza. Qual o mais belo? Ela não discute. Silenciosa, observa e se deixa observar. É esse o seu papel. Deixar o recado à vista para quem quiser entender.
A natureza inteira é sempre linguagem. Atenta o tempo todo e fiel às leis da criação . Por isso jamais perde a beleza e a eficiência. As flores sempre belas. Os frutos sempre saborosos. A paisagem sempre encantadora. Um constante laboratório de fertilidade, provendo a vida, onde quer que ela esteja.
A flor de maio, anuncia e enfeita o mês que entra dizendo que será um mês florido. Observo na varanda os vasos alinhados por minha mulher (celebramos ontem bodas de prata), com seus coloridos diversos. Parecem fogos de artifício lançados em curva, mas que não se esvaem na rapidez da chama. Ficam por ali por bom tempo, convidando, a exemplo da vida conjugal, para o diálogo e a reflexão.
Escrevo pensando no Autor das cores e suas nuances, no Químico dos olores e perfumes, que fez do mundo um paraíso impregnado de formas e formatos, dos simples aos exóticos. O mesmo Deus que fez o sol e o oceano imenso fez também a flor de maio e todas as outras flores, mimosas e sedutoras, que nós usamos nas festas e nas lágrimas, no presente delicado que se quer dar e na homenagem que se quer prestar.
Um vaso de flor de maio foi a nossa forma de expressar gratidão junto ao altar da capela do Santíssimo da enorme Basílica de Aparecida, onde celebramos nosso casamento. O Deus do imenso e do minúsculo ordenou todas as coisas, fazendo-as irmãs entre si e solidárias de uma fraternidade cósmica.
Na capela silenciosa mergulhei em reflexões... Nesse estupendo espaço de fraternidade um único ser ainda não encontrou o seu lugar e a sua forma de viver e conviver. É o ser humano. Somos nós. E enquanto a violeta humilde brota feliz na frincha da pedra, sem se queixar da sua rudeza, mas fazendo dela o seu apoio e sua moldura, nós continuamos a procurar teimosamente razões e pretextos de conflito e desentendimento (a campanha presidencial do ocupante do salão oval mais célebre do mundo, está sendo alavancada com a lembrança da morte de um terrorista), como que apavorados com o dia que alguém descubra que somos irmãos de verdade. E o Deus que traçou caminhos seguros para os astros, que alojou os oceanos em suas bacias, não consegue nos convencer a nós, homens, de que para nós também existem rumos e caminhos seguros. A vida pode ser diferente e melhor. Preferimos os nossos caminhos. As nossas regras, as nossas leis...
Saídos das estreitas salas de aula da ciência, continuamos analfabetos. Pois não somos capazes de ler esse maravilhoso livro que chamamos natureza. Escrito em letras grandes, claras, coloridas, capaz de superar qualquer miopia.
Contemplo a flor de maio como um livro aberto com páginas sempre renovadas. Em quietude nos entreolhamos...
A natureza inteira é sempre linguagem. Atenta o tempo todo e fiel às leis da criação . Por isso jamais perde a beleza e a eficiência. As flores sempre belas. Os frutos sempre saborosos. A paisagem sempre encantadora. Um constante laboratório de fertilidade, provendo a vida, onde quer que ela esteja.
A flor de maio, anuncia e enfeita o mês que entra dizendo que será um mês florido. Observo na varanda os vasos alinhados por minha mulher (celebramos ontem bodas de prata), com seus coloridos diversos. Parecem fogos de artifício lançados em curva, mas que não se esvaem na rapidez da chama. Ficam por ali por bom tempo, convidando, a exemplo da vida conjugal, para o diálogo e a reflexão.
Escrevo pensando no Autor das cores e suas nuances, no Químico dos olores e perfumes, que fez do mundo um paraíso impregnado de formas e formatos, dos simples aos exóticos. O mesmo Deus que fez o sol e o oceano imenso fez também a flor de maio e todas as outras flores, mimosas e sedutoras, que nós usamos nas festas e nas lágrimas, no presente delicado que se quer dar e na homenagem que se quer prestar.
Um vaso de flor de maio foi a nossa forma de expressar gratidão junto ao altar da capela do Santíssimo da enorme Basílica de Aparecida, onde celebramos nosso casamento. O Deus do imenso e do minúsculo ordenou todas as coisas, fazendo-as irmãs entre si e solidárias de uma fraternidade cósmica.
Na capela silenciosa mergulhei em reflexões... Nesse estupendo espaço de fraternidade um único ser ainda não encontrou o seu lugar e a sua forma de viver e conviver. É o ser humano. Somos nós. E enquanto a violeta humilde brota feliz na frincha da pedra, sem se queixar da sua rudeza, mas fazendo dela o seu apoio e sua moldura, nós continuamos a procurar teimosamente razões e pretextos de conflito e desentendimento (a campanha presidencial do ocupante do salão oval mais célebre do mundo, está sendo alavancada com a lembrança da morte de um terrorista), como que apavorados com o dia que alguém descubra que somos irmãos de verdade. E o Deus que traçou caminhos seguros para os astros, que alojou os oceanos em suas bacias, não consegue nos convencer a nós, homens, de que para nós também existem rumos e caminhos seguros. A vida pode ser diferente e melhor. Preferimos os nossos caminhos. As nossas regras, as nossas leis...
Saídos das estreitas salas de aula da ciência, continuamos analfabetos. Pois não somos capazes de ler esse maravilhoso livro que chamamos natureza. Escrito em letras grandes, claras, coloridas, capaz de superar qualquer miopia.
Contemplo a flor de maio como um livro aberto com páginas sempre renovadas. Em quietude nos entreolhamos...