UM NOVO VIRUS ATACA!
Ainda não tem nome, nem popular, nem científico, mas existe e é extremamente contagioso. Felizmente, só agride a uma determinada classe e está circunscrito a ela.
Fosse eu cientista ou infectologista, batizaria-o de “ignorantia infectum” e afeta àqueles que perderam o senso do bom-gosto e a exata medida do que pode ser chamado de pureza , de gênio poético, de valor literário.
A expressão “vírus”, do latim, significa veneno, toxina, esclarecendo que fora do ambiente intracelular, são inertes. Porém, uma vez dentro da célula, a sua capacidade de replicação é surpreendente.
Ultimamente, esse vírus foi responsável pelo alarmante número de companheiros dispostos a deixar o Recanto, desiludidos com a constatação desanimadora e frustrante de que sua obra não teria expressão alguma, face à arrasadora, dolorosa e opressora comparação com os recordes inexplicáveis de leituras de determinados escritores que encontramos em nosso meio.
Muita gente, sem mérito nenhum, sem dom de criação, sem o mínimo de valor literário, vem batendo recordes incríveis e espalhando o temível vírus em nosso ambiente.
Diversas vezes corri, junto a outros companheiros, apelando para que as vítimas do efeito dessa doença revissem sua decisão e que, fieis à sua arte, conscientes do seu real valor, continuassem a nos brindar com a beleza do seu gênio criador.
Tão preocupante é a situação que me atreveria a propor aos ilustres companheiros que, ao final de todos os seus trabalhos, em uma nota, evidentemente rotativa, aconselhassem a leitura de outro colega, como farei nesta minha crônica. E, para encerrar, gostaria de citar um pensamento que resume o que pretendi dizer:
“ A grandeza não está em receber honras, mas em merecê-las” (Aristóteles)
Nota: não deixe de ler o colega Ayres Koerig.