“Duas Facas”.
Sebastião era um homem muito trabalhador.
Desde manhã ia para a roça ajudar seu pai só voltando de tardezinha.
Na família eram três homens e a mãe.
Todos trabalhavam, até a mãe, após fazer o almoço e preparar a janta, ia para a roça também ajudar.
A tardezinha voltava para casa.
Tomavam banho, jantavam e dificilmente ficavam acordados, pois o corpo exigia repouso.
Na roça, na hora do almoço, por volta de dez horas, os irmãos brincavam com facas de madeira pareciam especialistas, embora nunca tivessem brigado, aliás, não conheciam ninguém.
Aos sábados um dos dois, o pai e a mãe iam à cidade para fazer compras da semana.
O outro ficava em casa, pois teria que cuidar dos pertences, naquela época como agora, já existiam os oportunistas.
Alguns pensam que no interior não existe maldade, ela está em todo lugar.
Neste dia Sebastião, estava limpando um chiqueiro, pois a porca estava prenha e daria alguns leitõezinhos em breve.
Estava distraído, quando se aproximaram alguns homens todos mal encarados.
Não houve oportunidade de pegar nada para se defender.
Tomou uma surra, daquelas de criar bicho.
Desmaiou no chiqueiro e não viu mais nada.
Quando acordou já era noite, estranhou seus parentes não terem retornado ainda.
No escuro procurou alguma lamparina para enxergar, encontrou uma pendurada próximo.
Quando clareou o local, a cena era de um filme de terror.
Seu pai foi picado igual a um porco, nada adiantava fazer, pois o corpo já estava frio.
Correu para dentro de casa e a cena não era mais suave…
Seu irmão, amarrado em uma cadeira e sua mãe no chão, ambos mortos sendo que ela sem as vestes fora abusada na sua frente.
Sentado no chão chorou horas sem parar.
De repente, as lágrimas secaram.
Colocou a família numa carroça e levou para a cidade.
Todos ficaram condoídos com sua sorte. Perguntaram o que houve, ele não soube explicar.
-Quem fez aquilo?
Também não soube dizer, mas em sua cabeça tinha o rosto de todos os agressores.
Da parte da polícia, ficaram de fazer as devidas investigações e dar castigo a quem havia feito à barbárie.
Porém eles já eram famosos por desvendarem crimes, até hoje nenhum havia sido solucionado, por incompetência ou conivência sei lá.
Mas ele já os tinha visto em algum lugar só precisava pensar.
Voltou para casa, após pedir para alguns parentes que fizessem o enterro.
Fez uma faxina deixando tudo limpinho, depois procurou entre as ferramentas de seu pai até encontrar duas facas.
Uma era um punhal de oito polegadas e a outra era uma baioneta do exército alemão.
Achou muito grande e se propunha a cortar um pedaço, mas depois se acostumou e resolveu a ficar com elas sem tirar suas características.
Colocou um gibão de couro que era de seu irmão, que era mais forte que ele, antes fez bainha para acomodá-las em suas costas.
Treinou exaustivamente até achar que podia dar conta do recado.
Pensava consigo, se pegar um, tenho certeza que dará conta dos outros.
Havia nos arrabaldes da cidadezinha um bar e nos fundos, tinha um campo de bochas.
Tinha certeza que ali havia visto um dos atacantes o tal de “Barba”, pois tinha uma barba comprida.
Quase no final do dia, de onde estava no banco de uma pracinha, viu o dito cujo entrar no bar.
Na tranquilidade de quem sabe o que faz, aguardou pacientemente.
Por volta de nove horas da noite o Barba saiu, só que não veio em sua direção, foi para outro lado.
Tanto faz, ir ou vir, hoje o diabo vai beber seu sangue.
Este tal de Barba tinha uma moça humilde em uma casa como cárcere privado.
Ela não tinha como reagir e com medo virou sua companheira.
Como disse, a polícia na cidade era realmente ativa.
O rapto fora feito dentro da cidade e ninguém tomava nenhuma providência.
Era de conhecimento geral, porém, o medo, era maior, pois a quadrilha do Barba, agia ás claras e ninguém tomava nenhuma atitude.
Eram os suspeitos da maioria dos crimes locais, porém nunca havia provas.
Quando o barba entrou na casinha pequena e sem vizinhos, acho que foi escolhida para as maldades que faria com a moça.
Logo ouviu choros, o cara era mal mesmo.
Pela frente era difícil, então deu a volta por trás e ficou nos fundos da casa.
Com muito cuidado para não deixar ninguém notar sua presença.
Provavelmente o crápula queria comida e a moça saiu para pegar água no poço.
Enquanto se abaixava para pegar o balde foi abordada por Sebastião.
Tapando-lhe a boca disse:
-Não quero lhe fazer mal, mas faço se for preciso, você vai ficar quieta?
-Sim, por favor, não me mate.
-Quem está dentro da casa?
-Está só o barba.
-Ele me deve e vai pagar hoje, se você ficar quieta.
-Vou embora e você continua sua vidinha sem novidades.
-Moço eu não lhe conheço, mas eu não tenho vida, desde que fui tirada da casa de meus pais, por este maldito.
-Sou uma escrava dentro desta casa onde sou usada como um cachorro ou sei lá um objeto de prazer deste monstro.
-Minha família é humilde, só não faço nada com ele porque seus amigos iriam descontar em minha família que são um casal de velhos.
-Então você conhece os outros que andam com ele?
-Sim conheço todos por nome e por fisionomia sei até o endereço de todos.
-Então ficou mais fácil, vou entrar e falar com ele.
-Não, não faça isto senão ele vai me matar com certeza.
-Só se tiver mãos não é?
E entrou na casa.
O sem vergonha estava deitado em um pequeno sofá da sala e dormitava.
Pensando que era ela que entrava nem se mexeu.
-Lembra-se de mim seu cabra?
Ele deu um pulo para agarrar uma garrucha que estava sobre a mesa, mas não conseguiu.
A baioneta entrou na altura de seu ombro e foi até quase o coração.
Mesmo quase morrendo, o sangue ruim ainda tentava se defender.
Deu-lhe mais uma pontada de faca no peito, agora é adeus safado.
Ficou caído no chão.
Virou de costas para ele, pois ouviu um barulho.
A moça empunhava o garruchão e atirou entre seus braços.
A bala desta vez entrou na testa do Barba.
O maldito ainda não tinha morrido e ia atacar pelas costas.
Falou para ela:
-Muito obrigado.
Ela disse:
- Não precisa, ele estava me devendo esta.
-Você não pode ficar aqui, pois segundo disse o resto do pessoal iria vingá-lo.
-É minha situação complicou.
-Não você fica no meu sítio, até eu terminar o que comecei depois pode ir embora.
Ela concordou e foram embora, antes ela pegou embaixo de uma cama de casal um baú onde havia o espólio das andanças do grupo.
Parece que ou o Barba era rico ou ainda não havia dividido com o resto do grupo.
-Ela falou e isto?
Sebastião falou:
-É seu por questão de justiça.
-Então você também tem uma parte aqui tem muito dinheiro e joias.
-Não Joana, era o nome da moça você tem direito, eu não quero nada com isto.
Mas vamos levar, você pode comprar uma casa, sítio ou sei lá qualquer coisa que queira.
Saíram dali direto para o sítio.
Quando chegaram lá embora tivesse limpo, ainda estava em desordem, pois sua mãe havia arrumado.
Mas os bandidos fizeram uma desordem danada procurando um dinheiro que estava longe de existir.
Joana o ajudou e em breve a casa estava limpíssima, como nem na época de sua mãe estivera.
Elogiou e sentiu pela primeira vez, uma simpatia por ela.
-Bem agora com os endereços de todos, vou fazer uma visita e em breve você pode ir para onde quiser.
Até para aquela casa que morava, sem problemas.
-Não para aquela casa não volto mais, tenho pesadelos constantes pelo que passei.
Acredite se quiser eu queria morrer, para evitar ver aquele homem novamente.
Ele destruiu todos meus sonhos de menina.
Como já era noite resolveram pernoitar, por insistência de Sebastião ela ficou com a cama de casal e ele dormiu em sua própria cama.
`A noite correu para o quarto dela e viu que ela estava em estado de pânico.
Para acordá-la teve que praticamente abraçá-la.
Ela acordou e pensou que ele estava agarrando-a.
Após ele explicar e ela ver que estava toda suada.
Chorou mais ainda e disse:
- Você me ajudou e em agradecimento estou te acusando de me atacar.
-Não precisa falar mais nada, também estou nervoso e sem conseguir dormir.
Acho que vou atrás dos caras para ficarmos tranquilos.
Ela falou:
-Então vou junto, pois, eles também me devem.
Discutiram muito, mas ele percebeu que gênio forte ela tinha, então concordou.
Mais ou menos duas horas após já estava, na frente da casa de um dos primos do Barba.
Ela falou agora estou arrependida de tê-lo trazido, pois, eles têm armas.
-Em quantos são e que armas têm.
-São só dois, mas cada um tem dois revolveres e facas.
-Então fique quietinha aqui, ou melhor, chame eles.
-Vão me matar.
-Eu não deixo chame eles.
Quando saiu o primeiro dos primos, foi recebido por uma facada no pescoço que o transpassou até a nuca.
Caiu sem fazer barulho.
O outro que ficou preocupado saiu, mas com um revolver em cada mão.
Sebastião estava ao lado da porta e cortou sua garganta sem misericórdia.
Depois arrastou os dois para dentro e falou para
Joana:
- Não me interessa o que eles têm, mas, temos que fingir que foi um roubo.
Além das armas, encontraram uma mala de ferro com muita munição e joias além de quantia igual a do Barbas.
Pegamos tudo deixando os corpos no quarto e deixamos um pouco de dinheiro espalhado pelo chão como se fosse uma saída rápida.
Falei para minha companheira:
-Agora temos que aguardar porque os outros devem estar de sobre aviso.
-Ela concordou.
Fui para o fogão preparar a comida e ela falou:
-Deixe que eu cuido disso.
-Não sempre fiz comida, minha mãe que fazia, mas quando ficava no mato sempre queimava a lata.
-Faz tanto tempo que não ouço isto, quando estava com meus pais sempre dizíamos que iríamos queimar a lata, e literalmente era, pois não tínhamos nem panela.
Até que um dia chegaram alguns homens e pediram para ele fazer a travessia deles, com mercadorias do outro lado da fronteira para cá.
A princípio meu pai recusou, depois concordou, pois viu ser impossível evitar.
Estávamos nas mãos deles.
Depois o chefe deles, um camarada barbudo falou que me levaria até certo pedaço, para garantir que ele não contaria para a polícia.
A partir daquele dia nunca mais vi meus pais e já faz quase três anos.
-E você nunca soube se estão vivos?
-Não nunca conseguia conversar, pois eu era prisioneira, tudo era dito na brutalidade, apanhava todo dia.
Também servia de pasto para ele, só os outros que não tentavam nada.
Tinham medo dele, nunca ninguém tentou.
-Que idade você tem?
- Agora tenho vinte, me trouxeram para cá eu tinha dezessete.
-Joana desde que te conheci que foi ainda agora, aprendi a respeitá-la.
Por tudo que você tem passado te admiro e se você não tiver mais teus pais, ou se tiver, mas mesmo assim quiser ficar morando em casa.
Se algum dia encontrar alguém que te interesse, aí então te entrego a seu esposo, noivo sei lá, apenas para uma vida melhor que você merece.
Mas você está chorando pensei que te faria feliz.
-É de felicidade, nunca tive ninguém que se preocupasse comigo, nem meus pais, na verdade minha mãe era uma velhinha que nada mandava em casa, mas meu pai nada fez para impedir que eu fosse raptada.
Você será como minha irmã mais nova, e será respeitada como uma irmã deve ser, não se preocupe.
Obrigada Sebastião também gostei muito de você, no começo fiquei com medo, pensei que meu dia havia chegado, depois você me passou uma confiança, que até matei aquele bandido para te defender, lembra?
-Nunca me esquecerei.
Bem acha que vou pescar um pouco, pois não temos comida.
-Pegue dinheiro da mala é nosso pelo menos acho que temos o direito.
-Com certeza você sim, mas eu não quero por a mão nesse dinheiro.
-Assim você me ofende Sebastião, você não é meu irmão?
-Esta bem então, pegarei o suficiente para comprar arroz, feijão, gordura e um pedaço de carne o resto tem aqui.
Temos uma horta no fundo do quintal, venha vou te mostrar.
Embora mal tratada, a horta deu muita coisa para nós.
Mas precisava de reparos urgentes.
Na mesma hora Joana pegou uma pequena enxada e começou a tirar o mato, limpando o local.
Nos dias que se seguiram eu já havia providenciado os mantimentos, Ana fazia a comida.
Tive a impressão que éramos uma família novamente.
Quatro dias depois falei para ela.
-Está na hora de terminar o meu serviço.
Faltam dois ainda não?
-Sebastião deixa para lá, eles devem ter fugido.
Vamos ficar aqui, nunca fui tão feliz em minha vida.
-Também ia dizer isto, mas calou na hora para não dar má impressão, pois estava começando a gostar demais dela.
Desceu para a beira do rio para pegar alguns peixinhos.
Quando voltou achou esquisito, que ela não tivesse acendido nem um lampião.
Ele já havia acostumado a andar sem fazer barulho e aquela impressão o colocou mais preocupado ainda.
Saiu do trilho, jogou os peixes varas tudo que carregava e sacou suas facas que não largava nem para dormir.
Passou por trás da horta e chegou embaixo da janela da cozinha
Ouviu alguém que dizia:
-Mas foi onde fale, ou vai apanhar mais.
Ouviu a voz de Ana que dizendo não saber.
-Talvez foi à cidade.
Pegou um saco branco e colocou nas costas.
Tinha um pouco de dinheiro talvez fosse tomar pinga.
Ele gosta bastante quando ficar bêbado volta.
Parece que gostaram de ouvir aquilo.
Um deles falou:
Preparamos tanto foguetório para nada, o cara é um bosta.
Então mulher faz comida para nós, vamos esperar o tranqueira aparecer.
Verifique se os homens que deixamos na porteira estão atentos.
Correu para cortar caminho e viu um vulto que caminhava em direção à saída do sítio.
Ficou agachado ao lado do trilho que ele caminhava.
Quando passou assoviava e parou de repente.
A faca cortou tão fundo que quase decepou sua cabeça.
Arrastou-o para dentro do mato.
Depois de pegar suas armas, uma bela automática que só vira em lojas para vender, mas, nunca tinha possuído igual.
Tinha também uma sacolinha com mais dois carregadores de reserva.
Não sabia a quantidade de tiros, mas, devia ter mais ou menos quarenta a quarenta e cinco munições nos três carregadores.
Tirou tudo que ele tinha no bolso e também sua blusa de couro.
Com a blusa de couro vestido se aproximou dos dois que pareciam empregados de fazenda do que bandidos.
Disse um deles:
-A boia já está pronta, estamos com fome.
Tá quase, como era o que queriam ouvir não diferenciaram a vós, que não sabia como era a do falecido.
Estava um a sua direita e outro a esquerda.
O primeiro foi fácil, arremessou a faca em seu peito, morreu de pé.
Como ele não esperava, o outro era um sagui de rápido e num piscar de olhos estava a minha frente sacando um enorme facão tentou lhe cortar ao meio.
Mas acostumado a brincar de faca, foi fácil desviar e enterrar a baioneta em sua barriga.
Após espetá-lo, continuou a furá-lo para que não fizesse barulho.
Após tirar tudo de seus corpos, armas e dinheiro.
Tirou também as roupas e colocou-os em um formigueiro.
Com sorte, sobrariam apenas os ossos e os dentes.
Retornou para a casa, agora mais tranquilo e pode ver que haviam ficado dois.
Pareciam ser subchefes, pois o chefe mesmo era o tal de Barbas.
-Aqueles caras, estão demorando a comida já saiu acho que eu vou comer, depois você come.
-Por que depois?
Vamos comer juntos, amarra a mulher e pronto.
-Não precisa amarrar ela, está morrendo de medo. Pensa que nós somos iguais o Barba, que vamos matá-la e piscou para o outro.
-É verdade não somos iguais, pode ficar sossegada mulher.
Sentaram-se à mesa e antes de dar a primeira garfada.
Deu um tiro na cabeça do primeiro e segurou o outro na pontaria.
-Se mexer morre igual aos seus companheiros.
-Não irmão, pode ficar sossegado sou de paz.
Vou responder o que você quiser.
Temos muito dinheiro, que te dou.
Tudo está enterrado lá em casa.
Depois pode me entregar para a polícia.
Com coisa que eu não sabia, que eles e a polícia eram um só.
-Ta bom, mas, me conta o que foi que vocês fizeram com os pais dela?
-Nada, não fizemos nada, quando chegamos lá, já estavam mortos.
Ana começou a chorar.
-De sua vida nada quero, mas, preciso de dinheiro para comprar drogas minha quadrilha, preciso pagar um carregamento e gastei o dinheiro no jogo.
-Temos bastante dinheiro e se precisar podemos arrumar emprestado.
Pois o vice-prefeito é nosso.
-Então está no poço de água lá na sua casa?
-Não está enterrado ao lado do tanque de peixes que está no fundo do quintal da minha casa.
-Dentro do que?
-De uma caixa de metal.
-Pesa quanto?
-Mais ou menos uns cinquenta quilos.
-O que tem lá dentro?
Dinheiro joias e munição, ah e também duas quadradas que eram do Barbas.
-Ana você sabe onde ele mora?
-Sei é na saída da cidade.
-Então tchau.
Ele morreu sem acreditar.
- Ana, estão todos mortos infelizmente sabe que seus pais também foram mortos por eles.
O resto é todo seu inclusive, o dinheiro enterrado que vou buscar, te entregarei para você ir para onde quiser ou ficar aqui se quiser.
-Sebastião, não tenho para onde ir, só se meu irmão não me quiser mais com ele.
Seria a maior alegria de minha vida.
Não sei, mas aquela alegria parece que dizia ser mais que simplesmente amor de irmãos.
Tudo aconteceu como o planejado, só que Sebastião que tinha mais malicia que ela resolveu.
Vou passar o sitio para meus tios do Paraná e vamos para o Mato Grosso.
Melhor ainda vamos para Rondônia.
Com este dinheiro, podemos começar uma fazenda, dá para comprar maquinas e tudo mais.
Dentro de brevíssimo tempo os dois irmãos, eram conhecidos por todos pelos negócios que prosperavam e até começaram a exportar.
Sebastião tinha enorme grupo de moças que gostavam dele, talvez pela fortuna.
Ana de sua parte também era cortejada por todos.
Só que nenhum dos dois aceitava a corte de ninguém.
Certo dia Sebastião chamou Ana para conversar.
-Ana por que você não se decide por alguém todos gostam muito de você.
Já está na hora de você encontrar alguém que te ame de verdade e lhe toda a alegria que você merece.
-E porque você que é mais velho que eu, não arruma uma namorada também?
Era de tardezinha e os dois estava na varanda da enorme fazenda.
O clima estava esquentando e eles foram ficando nervosos até que Sebastião falou:
-Vou embora.
Tem um sítio na Argentina de um conhecido meu e irei para lá não quero mais ficar aqui.
-Mas que houve? foi algo que eu fiz, eu não lhe trato bem?
-Sim e isto é pior que um inferno.
Eu sonho com você, mas não como irmã como esposa, que eu quero amar e respeitar, mas quero também que seja a mãe de meus filhos.
É isto falei, e vou embora.
-Não agora você também vai escutar.
Desde que você me salvou daquela vida escrava, que eu te amo com todo meu coração, você insistia neste negocio de irmã, mas eu queria ser sua mulher.
Também é isto, falei.
Os dois estavam a poucos centímetros um do outro e aconteceu um beijo simples, de shoquinho.
De criança, puro, mas com o calor de um vulcão.
Os dois choraram e se beijaram a noite inteira.
- Nós não podemos ficar mais na fazenda.
Tenho ótima proposta para venda a um grupo estrangeiro.
Vamos para a Argentina, nos casamos lá, onde ninguém nos conhece e vamos enfim, viver nossa vida.
Tudo certo e assim foi feito.
Nunca mais se ouviu falar, no famoso Sebastião “Duas Facas”
Bandido, ladrão e assassino.
Nasceu.
O Senhor Sebastião, dono de enorme agropecuária com centenas de empregados e uma família de uma mulher e um ou dois garotinhos não tenho certeza.
-Soube disso, por intermédio de gente de confiança que nunca iria trair a confiança do casal, mas para mim contou, talvez até não seja verdade quem sabe?
Mas para uma noite de lua, onde a gente não faz nada.
Contamos a história do Sebastião “Duas Facas”, o maior matador da Divisa do Paraná e do Estado de São Paulo.
ORIPÊMACHADO.