A Cana-de-Açúcar, o Café e a Escravidão.
A Cana-de-Açúcar foi trazida das ilhas portuguesas de África,pelos primeiros colonizadores que ocuparam,logo de início,as melhores terras junto ao litoral-o Massapê-esquecendo-se da economia de subsistência necessária à ocupação. Este foi um grande erro na introdução do produto em terras brasileiras,já que ,a Cana precisa de grandes áreas para plantio afim de ser rentável.Devastaram matas para ocupação do solo fértil.No Caribe foi a mesma coisa.Ingleses,franceses,holandeses devastaram matas nas ilhas caribenhas para plantio do Ouro Doce.E como valia!!! Os nobres europeus,para ostentar riquezas,apresentavam terrinas cheias de Açúcar nos banquetes palaciais.Isto causava uma corrida ao Ouro Doce.Entretanto,quem mais ganhava com isto não era o plantador,e,sim,o Distribuidor do Produto: os Holandeses.Tanto que chegaram a invadir o Brasil para aprender as técnicas de plantio e produção do açúcar,além de levarem junto negros/escravos para as ilhas caribenhas.Interessante salientar a atitude dos ingleses,quando da proibição,determinada por eles,do tráfico negreiro.Os ingleses prendiam os navios negreiros e levavam os negros para suas ilhas no Caribe,tratando-os como homens *LIVRES*,dos portugueses,é claro. O AÇúcar causou um dano na colonização do Nordeste devido a sua estrutura social e comercial.Tudo girava em torno do Engenho,inclusive as vilas que principiavam,pois era necessário mão-de-obra para tocar a produção da cana e o açúcar. Os habitantes se tornavam reféns do Engenho. Quando havia trabalho,havia ganho;quando não...nada! Então,como aumentava a população das vilas,foi necessário a busca de novos afazeres,inclusive para subsistência.As terras para além do litoral,o semi-árido,foi sendo ocupado nas melhores terras,criando-se aí fazendas com o Senhor Patriarcal.E os que vieram atrás foramse acomodando em torno da Grande Casa,formando um verdadeiro clã,como no regime feudal.O Suserano e os Vassalos.Todos deviam obediência ao Senhor. Só que este espaço foi se tornando exíguo,pois na economia de subsistência cresce a densidade populacional.Qual o caminho? Sertão- A Catinga. Inclusive os negros alforriados que não sabiam como tratar sua liberdade.Não tinham condições financeiras,nem emocionais,já que a sua estrutura mental não comportava uma constituição familiar.Esta fora destroçada pela escravidão. O negro,por estas razões,continua *escravo* do Senhor do Engenho e do Senhor Patriarcal,apesar da Liberdade.Isto aconteceu também na região dos cafezais.O Café vem do norte do Brasil,cruzando pelo nordeste,até fixar-se no Vale do Paraíba do Sul-SP e RJ.E como prosperou! Fazendas em Bananal/SP,Areias/SP e Taubaté/SP eram riquíssimas,tanto que avalizavam Títulos do Governo Imperial,débito,é claro,com os abutres ingleses. O Café não ficou estagnado como a Cana-de-Açúcar,presa à zona litorânea,até hoje. O Café seguiu rumo ao Oeste,em busca de terras mais férteis.pois as primeiras já estavam se exaurindo,nas serras valeparaibanas.O gado e o leite de Minas veio ocupar o espaço deixado pelo Café.Inclusive a mão-de-obra dos negros,agora liberados,mas sem rumo.Era difícil consertar uma Vida toda pisoteada pela escravidão,apesar do ciclo do Café/Escravidão,nesta região,ter durado poucos anos. No Nordeste a Escravidão durou uns 300 anos. Os Negros alforriados na região cafeeira foram substituidos pela mão-de-obra européia,principalmente italiana do sul,devido a Guerra de Unificação. E,além do europeus,os negros usufruiram da riqueza trazida pelo Café devido as condições impostas pelos países de origem dos europeus em relação a ganhos. Contudo,os negros se satisfaziam com pouco e preferiam o ócio,trabalhando poucos dias.Há que se levar em conta que sua estrutura como Ser Humano foi trucidada pela Horrível Escravidão.Há que se entender. Separam-se dos brancos,formando guetos,escondidos em regiões longíquas,tendo vida própria de subsistência e leis. A reintegração está sendo,ainda,aos poucos.É difícil imaginar um Ser Humano tirado da sua terra e separado dos seus entes queridos. É miuito difícil...Interessante ler sobre a escravidão nos estados do sul dos EEUU,onde ,em pequenas propriedades,tratavam os negros com alimentação boa para depois vendê-los a alto preco.Terrível!!! Muitos historiadores americanos negam tal fato.Sulistas,é claro. No Nordeste,o negro continuou seu périplo apesar de libertado.Não havia saída.Ou era o Coronel,ou o Engenho.Quando,no período de Campos Sales,quis o Governo enviar nordestinos para as lavouras de Café,os Coronéis gritaram alto: Não mexam com o meu Gado! E não foi mexido mesmo. Talvez,o Nordestino pudesse ter participado da riqueza do Café. São conjecturas,porém,factíveis. A Cana-de Açúcar expulsou muita gente para o Sertão,deixando apenas aqueles que sentaram a *bunda-na-praia* e daí não levataram mais . Até hoje. E a Cana-de-Açúcar ainda causa problemas,como os *BÓias-Frias*. No fundo,ainda é um resto da escravidão tão nefasta. O Café não ficou estagnado e caminhou,levando consigo novas paragens e progresso por onde passou. O Norte do Paraná é um exemplo. A Cana-de-Açúcar de boa mesmo,creio,só tem a cachaça,porque nem o Etanol está dando certo.Sempre viveram,os plantadores,das benesses ou da Corte ou do Governo atual e anteriores.