Amei ter lembrado nós dois.
Passado suave, feliz, sem amarguras revivi nessa manhã chuvosa. Deixei que as águas frias vindas do céu lavassem os meus cabelos. Meu rosto refletia a felicidade de uma menina travessa tentando segurar os pingos. Hoje, por uma fração de segundos, consegui.
E o encanto desse momento me jogou no passado, quando nos ensopamos pela primeira vez de mãos dadas, abraçados, os pingos grossos teimando em entrar nas nossas bocas, misturando-se á saliva do prazer dos nossos beijos sem intenção de desfazer a quentura dos nossos corpos sedentos de amor. Pelo contrário.
Expulsou os banhistas para que pudéssemos usufruir, sem testemunhas, daquele momento mágico, onde nossas respirações ofegantes, entrecortadas pertencessem somente a nós dois.
Nossos murmúrios de prazer só seriam compartilhados com as gaivotas que sobrevoavam inquietas imaginando o que estávamos fazendo, estavámos fazendo amor.
Certamente que nem todas as chuvas me farão lembrar aquela tarde inesquecível. Hoje foi uma adorável lembrança de um momemto que nunca esquecerei e foi especial porque não houve amargura.
Amei ter lembrado nós dois.