Vamos visitar o aeroporto de Congonhas, SP, anos 50
O Sebastião Leite Filho, primo do lado paterno era comissário de bordo, trabalhava ele na empresa aérea Real Aerovias, podia-se até dizer que em razão do seu trabalho se tornou um poliglota, e também um bom chefe de cozinha.
Num domingo dos anos de 1950, após um almoço entre familiares resolveu nos levar ao aeroporto de Congonhas para mostrar o aeroporto e principalmente os aviões DC-7. Juntamo-nos um grupo de pessoas, todos parentes e seguimos rumo ao aeroporto, enfim eles moravam próximo, bairro Indianópolis, Moema, e adjacências, não era longe.
Entre todos os parentes uma era especial, isto porque a sua irmã era freira, noiva de Jesus de Cristo, Maria José era o seu nome de batismo, que vivia num convento na cidade de Matão. Não recordo quantos parentes formavam o grupo, era só alegria, todos ali caminhando conversando sobre os tempos em que moravam na cidade de Ibitinga e Itápolis-SP, ouvi comentar que tinha outra prima por parte da família Machado também era freira, e que o primo Leão Sales Machado era secretário do Adhemar de Barros, que foi prefeito e governador do Estado de São Paulo, e que o vice Dr. Erlindo Salzano era de Porto Ferreira - SP.
Em pouco tempo estávamos nas escadarias, local e que tínhamos uma bela visão panorâmica, que avistávamos o sob e desce de aeronaves. Do lado esquerdo das escadarias tinha um portão que dava acesso a pista onde estava estacionado um DC7, e vamos nós em fila indiana em direção do tal avião.
O “Tião” como nós o chamava serviu de guia (cicerone), foi na frente e nós seguíamos que fomos subindo uma escada que dava acesso ao DC-7. Todos éramos marinheiros de primeira viajem ninguém até então tinha entrado num avião, somente ele.
O primo apontava com o dedo para o enorme painel de comando, e dava suas explicações, tinham nesta aeronave uns 90 marcadores ou indicadores de velocidade, altura etc.
Senti uma enorme sensação ao adentrar no “pássaro de aço”, e ao mesmo imaginava um estar viajando num deles, mas achava que isso era coisa de gente rica.
Depois da explanação técnica sobre o avião, é hora de regressar aos lares. Como sempre o primo na frente, descemos a escada, e quando já estávamos no portão de saída aproxima um oficial da aeronáutica dá uma bronca no Sebastião, fez até menção de prendê-lo e todos nós por invadir o recinto sem ordem.
O primo era bom de conversa, conseguiu justificar algo injustificável com o oficial sobre a questão, enfim saímos ilesos de lá apesar da bronca.
E assim terminou a história, bem o mal foi a primeira vez que entrei numa aeronave, e a segunda vez em 29 de julho 2006, que entrei e viajei por 15 minutos de helicóptero sobrevoando pelos ares de Porto Ferreira - SP, uma bela paisagem, apesar do tempo chuvoso.