O mais próximo do paraíso

"Nota mental para o caso de não haver uma próxima vida: Tente ficar o mais próximo possível do paraíso."

Esse é um trecho do livro do humberto Gessinger dá qual eu gosto muito. Bom e para mim, viver perto do paraíso é estar perto de livros. Explicando melhor, é viver dentro de livrarias e bibliotecas. Visão fantástica do paraíso.

Cara existe especulações na qual mostram combinações perfeita como: feijão e arroz, pelé e tostão, queijo e goiabada etc. Mas na minha humilde opinião não há combinação mais perfeita do que mulher e livros. E foi justamente essa imagem que me chamou a atenção ultimamente.

Tudo aconteceu numa livraria. Lá estava eu a escolher um livro para comprar - Rubem Braga ou Veríssimo? Dúvida perpétua! Quando entra na loja uma jovem. Ela parte flutuante para uma estante - da qual não prestei a atenção - e fica a olhar os livros. Pousa com suavidade o indicador num livro, e sai arrastando-o suavemente como se estivesse acariciando cada livro. Depois com o mesmo indicador, ela o coloca no queixo - com uma expressão de dúvida - ; depois no cantinho da boca; e logo em seguida passo-o pelo cabelo - cara num sei não, mas acho que deus criou o indicador exclusivamente para esses momentos. Por fim, a jovem escolhe um livro, paga e sai feliz com o embrulho junto ao corpo.

Bem, mas não foi a primeira vez que a combinação entre mulher e livro me impressionou. A primeira aconteceu numa biblioteca, e eu tinha mais ou menos 15 anos. Meu irmão e eu entramos na sala de livros infantis - não era eu que buscava literatura infantil, era meu irmão; eu estava apenas acompanhando. Aí de repente: Surpresa! A jovem que era responsável pela sala emanava uma suavidade e delicadeza, impossível de descrever. E sempre que eu escuto o trecho da música 3x4, dos Engenheiros do Hawaii, que diz: uma luz que não produz sombra. Eu só consigo pensar nela, pois do olhar dela surge uma luz, que mesmo atingindo um corpo medíocre como o meu, não produz sombra alguma. Confesso que pensei em escrever uma poesia para ela - na época eu escrevia muita poesia - mas não me achei digno para tal missão. Os livro que a cercavam, eram bem mais expressivos.

Mas com isso surge a pergunta: E a estoria de ficar o mais próximo possível do paraíso? Bah; se os poucos segundos que fiquei a observar a jovem da livraria, e os minutos que me prederam à moça da biblioteca não foram uma visão do paraíso... Bem, não sei mais o que pode ser.

jeffeson moura
Enviado por jeffeson moura em 29/04/2012
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