O amor é uma sentença de morte
- Bom dia anjo! sonhei toda a noite contigo, metíamos gostoso, com muito tesão...você estava numa ferocidade só! bem safado, segurando meu cabelo pela nuca e me dando umas palmadas...estava tão bom que não quis mais acordar.
- Também tive um sonho gostoso, que enforcava e asfixiava tua filhinha de poucos meses, eu apertava seu tórax com meus dedos grossos e ela fazia um beicinho de choro, vê-la sofrer e sentir dor me fazia um Deus, daqueles que matam por divertimento, como meninos maus matam moscas. Então minhas pernas tremulavam extáticas...estava tão bom que não quis mais acordar.
Se eu fosse um pouco verdadeiro, teria respondido como acima à mais uma vítima de meus impulsos de morte, Srta. C. tão jovem e parideira! Srta. C. se enamorava de mim, uma ovelha devota por um lobo noturno.
Mas, impossível conter-me! era de novo aquele pensamentozinho aterrador de assassinar alguém, que atraía o Lobo, fazendo-o sair da floresta em que vive.
Um serial killer é quase sempre charmoso como o diabo. E eu, sou muito educado e bonito, para me satisfazer eu penso em cada detalhe. Mães solteiras são demasiado abundantes e por Deus! como são disponíveis! Nem bem dão o último gole na cerveja ou no conhaque e já estão com as conas molhadas, esperando por alguma coisinha...
Se pudesse me confessar com todas as palavras, diria que o maior enlevo é quando estou com a bebê nas mãos, por entre meus dedos grossos. A cada pressão sobre seu tórax eu me sentia um pouquinho mais perto do Arallu, porém ao mesmo tempo, satisfazia meus perversos desejos.
Sempre achava ter quebrado alguns ossos daquela costela miudinha, ouvia, como o ressoar das últimas trombetas, ossículos se partindo e o beicinho se contraindo, antecedendo o choro estrondoso. Sra. C. nunca levantou a menor dúvida quanto a meu caráter, tinha me na conta de bom cristão. Não deixava que duvidasse de mim, mantinha-na sempre bem passada pela minha picha tesa.
Talvez, pensem os respeitáveis leitores, que não se deve ceder aos impulsos assassinos. Tudo bem, encarcerado como estou, não posso deixar de levar em conta vossas opiniões.
Ao meu confessor, que tem me visitado toda semana nos últimos meses, afirmo sem emoção: infligir dor àquele ser indefeso, era diabolicamente prazeroso e perverso de minha parte.
Mas, permitam-me dizer umas palavras em meu favor, à bem da verdade e para fins de condenação, quero expor o que considero uma atenuante: era constantemente posto à prova, minha sanidade e auto-controle através de convites: - meu querido, venha hoje à noite em minha casa, seremos nós três e quando a pequena ninar, posso lhe dar o cú, como adoras.
Se Deus existisse e não fosse pelo menos um tantinho perverso, deixaria-me bem distante das propostas que Srta. C. me fazia certas noites.