Não basta ser o melhor
É interessante como muitas vezes nos julgamos pessoas superiores às outras. Somos os melhores, dizemos a quem quiser, ou não, ouvir.
Com esse julgamento que temos de nós mesmos, passamos a, também, nos consideramos injustiçados pela vida. Pela sociedade. Pelos outros. Afinal, se somos tão bom, por que não somos o chefe? Por que não temos as melhores oportunidades?
“Não sei o que viram nele, afinal, sou muito melhor?” “Acho que meus superiores têm ciúme do meu conhecimento e tem medo de me dar uma chance e eu tomar o lugar deles. Só pode ser isso. Sou muito mais preparado do que todos daquela sala”. “Por que ele e não eu?”.
Quantas vezes nos pegamos fazendo esses tipos de perguntas no nosso dia a dia? Quem nunca se pegou pensando ou dizendo frases deste tipo?
Agora, se somos tão bons assim, por que nunca temos uma oportunidade?
Por que o “sol” não nos sorri também?
Será que o mundo é mesmo injusto e nem sempre os melhores tem as melhores oportunidades?
Desculpe, mas, todos nós nos consideramos bom em algo. Os melhores. Talvez até sejamos mesmo. O problema é que, quando passamos a nos achar superiores aos outros, pecamos.
Muitas vezes o fato de eu ser “melhor” que o outro me traz acomodação, por isso deixamos de apresentar o nosso melhor. A nossa vaidade toma conta de nós, e, começamos a achar que qualquer coisa que fizermos até mesmo uma grande “m...” é suficiente para ofuscar o brilho das pessoas que estão à nossa volta. E, é aí é que mora o perigo.
Enquanto relaxamos em nossas atitudes diante das pessoas, tanto no lado profissional, quanto no lado pessoal, os outros, aqueles considerados por nós como inferiores, não baixam a guarda e, sabendo de suas limitações procuram a excelência, estudam, fazem cursos de aperfeiçoamento.
Quanto a nós, achamos que não precisamos de nada, pois, somos o exemplo de capacidade e competência, por isso não estamos nem aí, passamos a nos tornar relapsos diante de certas situações e, arrogantes, achando-nos os donos de todo o conhecimento. Bem aí vem o resultado, ou melhor, a tragédia, pois, simplesmente “perdemos a parada”.
“Injustiça” feita ficamos, indignados. Revoltados. Sentimo-nos injustiçados. Culpamos tudo e todos. Menos nós, é claro. Não conseguimos enxergar que nós mesmos nos sabotamos, pois, deixamos que a vaidade tomasse conta de nós, das nossas ações, dos nossos atos.
Por isso, digo, podemos ser bons, aliás, podemos ser notáveis, mas nunca, nunca devemos deixar que vaidade tome conta de nós.
Afinal, não basta acreditar que se é o melhor, tem é que se provar que o é.