Búfalos, deuses e perdão!

Segundo uma lenda Chinesa, o búfalo foi enviado ao mundo pra verificar como estava se comportando a humanidade e cuidar para que os homens tivessem pelo menos uma refeição substancial a cada três dias. Confundindo a determinação divina, o enviado orientou seus protegidos a fazerem três refeições por dia. Prevendo a escassez de alimentos e o caos consequente, o supremo dos céus, para punir o relapso representante, condenou-o a permanecer por aqui e, assim, tentar amenizar o futuro incerto dos humanos.

O que para eles, os búfalos, foi um castigo, para os humanos foi uma bênção. Além de serem muito inteligentes, os búfalos, são muito leais e de extrema importância na produção de alimentos em diversos locais da Ásia. Na Índia contribuem com 60% do leite, e com quase a totalidade das gorduras da culinária, além de colocar o país entre os maiores exportadores de carne. Um búfalo tem cerca de 1 tonelada de músculos saudáveis o que o torna também a principal força motriz em muitos locais do Oriente. Registra-se um fragmento de um depoimento de uma camponesa chinesa onde ela concluía: “... se eu morrer, minha família vai ficar muito triste e por algum tempo vai sentir a minha falta. Mas se o nosso búfalo morrer, é provável que alguns de nós morramos de fome.”

A contribuição bubalina para história da humanidade é notória e irrefutável. A lista de benefícios que nos trouxe é extensa e complexa e, por isso, difícil de ser contabilizada. Será que a deidade que o condenou a ficar por aqui não já teria elementos para sancionar o seu perdão e chama-lo de volta para o merecido lugar de onde veio? Tomara que não. Pelo menos que não o chame de volta.