Clélia Luro de Podestá, acaba de lançar na Feira Internacional de Livros, em Buenos Aires, o livro “El mártir que no mataran” sobre Dom Hélder Câmara, com excelente e magistral prefácio de Dom Pedro Casaldáliga.
Nesse ano quando se está celebrando os 50 anos do Concílio Vaticano II, o livro vem a calhar para quem se interessa em aprofundar questões de diálogo interreligioso e intercultural.
Em espiritualidade, mártir não é apenas aquele que derrama seu sangue pela fé. O martírio é também, e principalmente, uma forma de viver o testemunho da radicalidade de uma vida consagrada ao projeto divino de um mundo mais justo e fraterno nessa terra. Como Hélder Cãmara testemunhou nos anos de chumbo.
No início dos anos 80, numa carta endereçada ao Bispo argentino de Avellaneda, Dom Jerônimo Podestá, Dom Hélder menciona que tinha três desejos:
- Sonho de autêntica integração latino-americana, sem imperialismo nem de fora, nem de dentro.
- Sonho de tornar possível, para o ano 2000, a realização do Concílio de Jerusalém II.
- Sonho de diálogo autêntico com os “mundos dos mundos”. Será orgulho e absurdo, dizia ele, pretender que a vida, e, sobretudo vida inteligente e livre, somente exista na terra.
Dom Hélder faleceu em agosto de 1999...
Dom Jerônimo Podestá, seu amigo bispo argentino, naqueles anos da ditadura militar argentina, foi um dos poucos que teve coragem de lutar abertamente pelos direitos humanos e pela renovação do catolicismo no espirito do Vaticano II. Por isso pagou um altíssimo preço.
Casou-se o senhor Bispo de Avellaneda com Clélia Luro e continuou exercendo o ministério de pastor depois de ter casado com ela e dizia que o papa não tinha o direito de proibir o ministério a um padre casado (isso seria contra os direitos humanos que toda pessoa tem de casar ou ser solteira). O Vaticano, claro, abriu um processo exemplarmente inquisitorial contra ele.
Quem é essa mulher que teve a ousadia de se casar com o Bispo de Avellaneda? Clélia, hoje, aos 86 anos de idade, viúva há uns 10 anos, continua ativa, altiva e comunicativa contando suas aventuras, desventuras, alegria e tristezas.
Há anos lançou pelo Editorial los Herores, Buenos Aires, o livro “Mi nombre es Clélia”, frase que disse ao cardeal Benelli que a chamava de “essa mulher” e não a queria receber em Roma, quando ela acompanhava seu marido Bispo, sempre que era convocado pela Cúria Romana para desistir dela e voltar ao episcopado.
Como diria Dom Hélder Câmara: há mil razões para esperar e para viver.
Dom Jerônimo Podestá, seu amigo bispo argentino, naqueles anos da ditadura militar argentina, foi um dos poucos que teve coragem de lutar abertamente pelos direitos humanos e pela renovação do catolicismo no espirito do Vaticano II. Por isso pagou um altíssimo preço.
Casou-se o senhor Bispo de Avellaneda com Clélia Luro e continuou exercendo o ministério de pastor depois de ter casado com ela e dizia que o papa não tinha o direito de proibir o ministério a um padre casado (isso seria contra os direitos humanos que toda pessoa tem de casar ou ser solteira). O Vaticano, claro, abriu um processo exemplarmente inquisitorial contra ele.
Quem é essa mulher que teve a ousadia de se casar com o Bispo de Avellaneda? Clélia, hoje, aos 86 anos de idade, viúva há uns 10 anos, continua ativa, altiva e comunicativa contando suas aventuras, desventuras, alegria e tristezas.
Há anos lançou pelo Editorial los Herores, Buenos Aires, o livro “Mi nombre es Clélia”, frase que disse ao cardeal Benelli que a chamava de “essa mulher” e não a queria receber em Roma, quando ela acompanhava seu marido Bispo, sempre que era convocado pela Cúria Romana para desistir dela e voltar ao episcopado.
Como diria Dom Hélder Câmara: há mil razões para esperar e para viver.