Trajetórias

Os anos vão se passando...quantos invernos, quantas primaveras... E a gente nem percebe as grandes mudanças, as grandes conquistas, as várias quedas e nossos nem sempre reerguidos fracassos. E quando tentamos reviver alguns leves reflexos sugados de nossas lembranças percebemos o quão surpreendentes somos ao notar quantas pessoas entraram e saíram de nossas vidas. Umas de suma importância que permanecem até hoje e até nos acostumamos a conviver com elas que nem sabemos a falta que estas poderiam nos fazer, outras vem e vão tão imperceptíveis que nem sentimos a falta delas desde que partiram. Hoje ao caminho de casa passei a pensar com quantas personalidades eu me deparei no meio do trajeto, quantas vidas eu tomei conhecimento, mas nem sei como terminaram, quantas lágrimas presenciei e do sorriso nem tomei ciência. Quantas experiências pude compartilhar, quantos conselhos pude dar, tantas opiniões debatidas e tantas não aceitas, tantas críticas rejeitadas. Tantas dúvidas tiradas e tantos conhecimentos divididos. Supremos energia e bastidores desta grande fase, a nossa vida. Quantas palavras anulei num silêncio por medo de falar, ou por falta de necessidade, tantas palavras deixei de ouvir por teimosia, essa teimosia que ainda me faz perder a alma e as unhas que já estão tão roídas pela tonta teimosia e ansiedade!

Quantas vezes tivemos que ter paciência quando queríamos explodir e botar pra fora. Mas a gente quem faz nosso momento não é? E eu queria calma e tranqüilidade!

Tantas experiências adiamos por medo de não conseguir encará-las e quantas enfrentamos com a força que tiramos não sei de onde! A surpresa do não esperado, o não determinado, o não planejado, aquilo que nos causa a mesma adrenalina de quando estamos num Turbo Drop, aquela sensação de encarar o novo. Quando parece que nossos órgãos internos chacoalham e nosso coração bola um meio de pular pela boca.

Não sei se rio ou se choro, a verdade é que de tanto nervosismo também me fiz sorrir e de tanta felicidade também me fiz chorar. E que de tantas perdas e emoções ainda não aprendi como não amar! Ainda desejo tanto, tanto! Que de mim não sei o que esperar. Que de mim nem sei o que dizer.

Uma deusa qualquer
Enviado por Uma deusa qualquer em 25/04/2012
Reeditado em 03/03/2014
Código do texto: T3632251
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