A PAZ....

A paz mora no conforto da consciência. Se veste da limpeza na conduta e generosidade do coração. Não conhece a simulação e tem ojeriza à mentira.

O benefício da calma interior, sem as agruras das tempestades e do tormento das crueldades exercidas, não se aproxima dos que violam os dogmas de viver na proximidade do que não presta, violando os próximos em suas necessidades básicas, oriundas do direito natural e das leis, e sustentando a negativa de seus atos notórios, escancarados mesmo para os cegos da institucionalidade que vigora, vigente.

Ninguém deve invejar bens materiais acumulados na rapina, no roubo da coisa pública, por força da subtração, da fome, da educação e da saúde dos carentes dessas necessidades. Nem ter na retina que o caminho da desonestidade é o que favorece.

A aparente calma dos criminosos públicos não passa da máscara da desfaçatez que mesmo na lama da falta de vergonha martiriza no silêncio da verdade que assalta a mente e na intimidação daqueles que são beneficiados indiretamente pela violação, filhos, netos e parentes.

A cadeia da consciência, embora o ergástulo físico passe ao largo pela frouxidão da lei e conivência de pares e do sistema, não estende a mão para o benefício da paz, só vivenciado pelo justo.

A tranquilidade do conhecimento que se pode adquirir, pouco seja, satisfaz o pensamento, oxigena a cerebração, pavimenta a estrada que se distancia do opróbio.

Ninguém que pretende crescer na maior excelência humana, o espírito, pode deixar pegadas sujas em sua jornada. E por mais que a ausência de vergonha traga publicidade à falsidade da vida vivida em conflito com o bem, a consciência traz para si e seus próximos o desconforto das sombras em que vive.

Ninguém consegue esconder de si mesmo a própria vergonha, em seu tribunal interior, mesmo sendo desavergonhado contumaz, pois desse tribunal não se escapa, só dos tribunais exteriores.

E sua consciência pesada da verbiagem deixada como legado, o acompanhará em sua derradeira morada, o Juízo Maior. É certeza sem volta por ter sido sempre distante do arrependimento eficaz.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 24/04/2012
Reeditado em 24/04/2012
Código do texto: T3630701
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