Ria... Ri melhor quem ri por último... Será?

Antonio é uma pessoa marcante leva a honestidade e o trabalho, como exemplo para todos, que o conhecem. Padrinho da minha tia Vera Lúcia passou a ser meu padrinho, e, de todas as crianças da nossa família. Trabalha em um hotel da cidade e todos os hóspedes, o admiram.

Didi, como o chamamos, há muito tempo está desdentado, minha mãe procura um dentista e o encaminha para a colocação de uma prótese.

Assim foi feito! 35 dias se passaram e Didi esbanja um rosto arredondado, como uma lua cheia, e, um sorriso repleto de dentes! Dentes moles!? A prótese mexe e remexe na boca de Didi! É que, anos desdentado, a gengiva murchou e a dentadura não se fixa na boca!

Ficou diferente para o meu olhar de criança. Aquele não podia ser meu padrinho! Ou será que seria?

Férias escolares! Como o meu avô não estava podendo vir para Piracicaba buscar a mana e eu, Didi prontifica para nos levar até São Paulo. E, lá vamos nós para a capital.

Foi um tal de entortar a cabeça para todas as direções, como, coruja sentada em toco de madeira na cerca da fazenda! Assim é que parece o olhar da criança vibrando com as belezas cinematográficas da capital paulista. O flanar festivo do olhar interrompe o passeio para interpor entre o coração e a alma, o diluir das paixões vertentes do chão quente da grande metrópole.

Enfim, chegamos! Lar de avós um verdadeiro decodificador de sentimentos positivos. Dias de muita brincadeira, encontros de amigos, passeios, e, comida... Verdadeira orgia alimentar! Broas, biscoitos, bolachas, bolos, massas, tortas..., enfeitiçam as lombrigas e derramam o néctar do sabor nas barrigas dos netos, sempre famintos!

Didi come com dificuldades devido à frouxidão da dentadura. Come pouco!

“Compadre, a comida não está do seu agrado?”

“Está uma delícia Comadre Irene, a senhora é uma cozinheira de mão cheia, mas, o que me “desapetece” a comer é essa dentadura.

Uma semana passou e a conversa era outra! Didi come com apetite, esbanja uma boca murcha...

“Didi não vá embora!”

“Preciso ir Marina, as minhas férias terminam amanhã, o seu avô vai levá-las de volta.”

Fossa entupida! Seu Mário, o dono da casa dos meus avós aparece para desentupi-la. Cutuca de cá, empurra de lá, puxa, cutuca... E, de repente, algo pula de lá de dentro.

“Olha vovó, o dente do Didi está sorrindo aos meus pés!”