BRIGUEI COM "SÃO LONGUINHO"!

Não é questão de fé, longe disso, fé eu tenho muita, principalmente depois que conheci São Longuinho pessoalmente.

E me respondam: por aqui, dá para se viver sem fé?

Mas é verdade, certa vez pude presenciar a imagem original do Santo e foi exatamente ali que aprendi que São Longuinho não é mito, é realidade. Que emoção! O Santo das tantas "coisas" perdidas...

Não me lembro com exatidão da sua história, todavia, sempre fico intrigada com o porquê da necessidade dos três pulinhos...logo depois que o mentalizamos para nos ajudar a achar um objeto perdido.

É claro que sempre haverá aqueles que são como são Tomé no que tange ao "ver para crer", também sou algo assim, mas fato é que hoje pela manhã eu quase desisti de ser devota do Longuinho. Quase.

Considero prudente aqui registrar (vai que ele se zangue comigo) que o tal Santo NUNCA me deixou na mão e talvez seja esta e explicação da emoção que me tomou quando o conheci pessoalmente.

E quiçá seja já sinais do meu tempo, eu não sei o que acontece comigo: vivo atrás dos meus óculos e das minhas chaves.

Também não sei quem é o santo que realiza os tais sumiços: às vezes penso que trabalham juntos, o Santo que faz sumir e o que faz reaparecer.

Talvez pertençam à uma mesma empresa tipo "achados e perdidos!", dessas que ganham todas as "licitações dos milagres". Ops, desculpem.

Ouso assim pensar porque tem coisa que quando some parece até que some por milagre: estava logo ali, na mão da gente, e de repente...some. Parece aré "coisa feita", que Santo algum desfaz!

Cadê meus óculos?-foi o que me perguntei hoje cedo por mais de meia hora...já não vivo sem meus óculos.

Revirei tudo. Até dentro da geladeira eu os busquei! Desesperei.

Pensei no São Longuinho. Nada. Pensei novamente, nada.

Só não pulei...de imediato, mas pulei na sequência. Vários três pulinhos.

Depois dum movimento bem anaeróbio, bem condicionador mesmo, tipo ginástica acelerada, daquelas que taquicardizam inclusive pela raiva, e quando eu já me decidia por cortar - de vez!-meu contrato de fé com São Longuinho, eis que meus óculos apareceram do nada...logo ali, donde haviam sumido! Ufa, que alívio...

"Ali tinha", afinal, estamos no Brasil!

Mas...prefiro acreditar que foi Milagre dos bem Longos, para nunca mais duvidar do Santo!

Aqui, então, estou eu já com as devidas desculpas e até com uma crônica em homenagem à sua fama.

Bem, de toda sorte, São Longuinho que me desculpe mas aqui eu vou ser bem sincera: por mais que seja difícil operar certos milagres, essa atividade de milagre de "coisa perdida", é bem mais moleza do que a atividade do seu amigo, Judas Tadeu, o Santo das "causas perdidas".

Se bem que por aqui, além de todas as coisas perdidas...penso ter muito mais "causas perdidas"...e são para sempre!

Não há milagre que dê jeito!

Os santos, todos trabalham muito por aqui...inclusive os Santos do "Pau- Oco", os principais responsáveis por não acharmos nunca, nem com todos os milagres dos seus colegas Santos, o tudo que está perdido por aqui.

Aqui nesta terra, absolutamente ninguém dá trégua para os Santos, e podem acreditar, não desmerecendo São Longuinho, achar meus óculos foi o de menos!

Depois desse desabafo rogado aos Santos, lá vou eu continuar na minha penitência: aquela de sempre, a vidinha do nosso simples dia-a-dia!

Pensando melhor ainda: Viver por aqui-simplesmente viver!-isso sim é que é uma atividade santa, de fazer inveja a qualquer milagre...

Esses números milagrosos as estastísticas nunca registram.

Por que será, hein?