CRISTINA CHAVEZ E HUGO KIRCHNER UMA DUPLA EXPLOSIVA.
E então o “efeito rebote” acabou acontecendo.
A democracia ferramental para a convivência harmônica e segura, não só entre conterrâneos, mas também entre os povos, obedecendo normas, critérios e compromissos assumidos, sempre foi a tônica das relações, sejam elas internas ou externas.
Os artifícios usados pelos governantes em situações que sinalizam dificuldades internas, como o empobrecimento, a queda do poder aquisitivo, IDH muito próximo de países africanos.
Com PIB aquém do projetado, afora a miséria que se traveste na forma mais cruel, via discursos inflamados, cheios de retóricas.
Mostrando a face artística, que os estrangeiros e os inimigos políticos do poder instalado, são os únicos culpados pela má gestão governamental.
Inúmeros exemplos, de transferência de crise governamental podem ser analisados, nos países abaixo ou acima do Equador, em especial na América Latina.
Quando da revolução dos irmãos Castro, o mundo assistia abismado a luta romântica dos guerrilheiros de Sierra Maestra, uma vez no poder, ao enfrentarem a primeira crise interna, culparam potencias estrangeiras, que não comungavam com as suas idéias. Quem tem admiração por História, verá que as atitudes estatizantes permanecem até hoje e fez escola, em pleno século 21.
Mas a venezualisação começa a fazer escola.
O presidente da Bolívia, simplesmente colocou o Brasil de joelhos e com o consentimento do ex-ferrramenteiro Lula, estatizou as instalações da Petrobras.
O presidente da Venezuela, líder na parada conseguiu intervir em 401 empresas e os resultados são pífios, modestamente pífios para não adjetivar outros. Mas o que chama a atenção nesta situação do “El papito Chávez” é a criação de uma empresa estatal em parceria com o governo iraniano. Criaram a Venirauto no ano de 2006. Sabem quantos carros venderam até hoje? Nada além de 2.500 carros. Sendo que “El papito Chávez” apregoava que a capacidade de produção seria de 26.000 unidades/ano. Mas como o aluno imita o mestre, ocorreu à privatização de uma usina de açúcar e passou a contar com a assessoria cubana. Resultado a produção simplesmente despencou para uns 20% e o quilo do açúcar é vendido com uns 70% de prejuízo.
Citamos até então: “El papito Chávez”, “El morojo Moralez” e Fidel como exemplos de intervencionistas.
Agora temos uma caratuja da “La Pasionária” mais conhecida como “La Pasionária del rio da la Plata argentina" ,mas que habilmente tenta em uma ação marqueteira de terceira categoria, atrair a simpatia do Brasil, de modo a comprometê-lo junto à opinião mundial, ao convidar a Petrobras para prospectar petróleo na Argentina. Só falta pedir para a estatal brasileira, pesquisar ou extrair petróleo na ilhas Malvinas.
A América do Sul, sempre foi alvo de caudilhos. Historicamente, Simon Bolívar, Júlio de Castilho, Getúlio Vargas, Hugo Chávez e recentemente dois elementos de extrema direita brasileira, quase que se consolidaram como modernos caudilhos – Collor e Lula -.
A realidade que estamos assistindo em termos de venezualisação da América do Sul, apresenta uma nova forma de aplicabilidade. Vejamos a citação:
“ Em caso de emergência interna, aperte o botão de desvio de foco e, se houver ameaça grave ao controle, declare guerra ou provoque incidente bélico com alguma superpotência. Sem pudor apoie-se no grande capital. Não há instabilidade quando o assunto são negócios e megaempreendimentos com o Estado. Recorde-se que é o dinheiro que financia as promessas que você não cumprirá. E quem é que precisa de coerência? Se precisar escolher um alvo, sempre mire na classe média ou nas minorias. Costuma dar certo! Promova pesado assistencialismo de Estado em troca de apoio político e governe com coalizações” (Paulo Rosenbaum é médico e escritor).
Todos assistem ao show da Cristina Chávez inspirado nos atos de Hugo Kirchner, que tem o aplauso de seus imitadores, que tende a crescer no sentido hiperplásico maligno, colocando em situação difícil as economias . E ressalte-se que estes investimentos não necessariamente se traduzam em valores pecuniários elevados, mas em pesquisas, em intercâmbios culturais e científicos, em transferências tecnológicas e etc.
A tentativa de atrair empresas sul americanas, para a Argentina é um ardil que será usado, no sentido de validar a expropriação da petroleira espanhola, como que mandando um recado codificado: empresas e capitais sul americanos ou latinos americanos, na Argentina terão toda a segurança possível e imaginária.Agindo desta forma, a primeira indústria ou empresa latina americana,que se instalar na Argentina, estará dando aval ao ato de força da “La Pasionária argentina”. Não seria surpresa se a primeira a se instalar seja venezuelana, boliviana, uruguaia, panamenha ou até cubana.
Finalizando. Vamos citar dois autores, que tratam de ações e movimentos sociais,quando governantes tentam impingir uma pseudo-democracia nacionalista, como sendo resultante de uma necessidade da coletividade:
1º)"Eles falam de si próprios como agentes de liberdade, de igualdade, de justiça social ou de independência nacional, ou ainda como apela à modernidade ou liberação de forças novas, num mundo de tradições, preconceitos e privilégios" (TOURAINE)
2º)A maioria dos grandes países da América Latina está entre as economias de mercado mais reguladas do mundo; pelo menos no papel. Entre os mais importantes mecanismos regulatórios estão: controle para o estabelecimento de firmas e novos investimentos, restrições de fluxos de investimentos estrangeiros e de remessa de lucros; controle de preços, barreiras de importação, alocação discriminatória de créditos, mecanismos de redução de taxas, limites de dispensa de empregados(...) em alguns casos a teia de regulação é administrada por pessoas mal remuneradas. O potencial de corrupção é enorme. A atividade produtiva pode ser regulada por legislação, por decretos de governo e caso a caso por decisões políticas. Esta última prática é disseminada e perniciosa na região e cria uma incerteza considerável e abre possibilidades para corrupção. Ela também discrimina pequenas e médias empresas que, embora importantes geradoras de emprego, raramente têm acesso aos altos escalões da burocracia, (BALASSA)
A situação neste momento é de ficar em estado de alerta, uma vez que ainda existem alguns motivos psicoemocionais a serem considerados. Caso o ditador da Venezuela venha a superar a sua frágil situação de saúde, por certo usará tal mote, como argumento por um périplo pela América Latina, o mesmo deve ser considerado em relação a presidente da Argentina e do ex-presidente ferramenteiro, todos apregoando que empresas que não se alinharem com seus interesses, deverão ser incorporadas ao governo. Exemplo? O acidente com o vazamento de petróleo no litoral do estado do Rio de Janeiro. O que se ouviu e assistiu? Ensaios de um Ministério Público e um Secretário de Meio Ambiente, exigindo o banimento da empresa e não permitindo que se ausentassem do país. Medida que não foi aplicada aos mensaleiros, aos cuequeiros, aos ambulanceiros e etc.
O Brasil pode sofrer da “síndrome da má vizinhança”.
Romão Miranda Vidal.