Conversa entre amigos: e o amor?
Estive conversando em um desses finais de semana com dois amigos, gente muito boa, rapazes inteligentes que estão iniciando suas caminhadas para uma vida de muitas vitórias, pois é esperado quando se trata de gente que luta e faz o melhor a cada dia. Mas a surpresa me veio como uma onda no mar de tempestade, em nossa conversa tão agradável, surpreendentemente um dos rapazes, iniciou a nossa proza revelando que nessa trajetória em que ele está seguindo, o amor atrapalha, o compromisso de namorar, beijar, ficar coladinho (que gostoso), bem, isso é um impedimento para o sucesso profissional.
Fiquei assustada, sem conseguir dizer uma única palavra, meu espanto foi então maior quando o amigo do lado confirmou o quanto o amor atrapalha em uma trajetória para quem o sucessor profissional quer alcançar.
Após todo o susto, recompus meu repertório e vim preparando-me para falar e falar, utilizando-me dos argumentos precisos e necessários.
No preparo do que falar, veio às lembranças do concreto, e o que é de fato a imagem do amor em minha vida, em meu ser, em minha mente.
Veio de logo então o meu genro e minha filha, a imagem de duas pessoas que estão no hoje formando uma só carne, uma só sombra. É lindo vê-los em cumplicidade, saber que tudo entre eles é de luta constante que dá até canseira. Mas é nesse ponto que tenho a prova concreta da importância de se ter o amor para que a luta seja compartilhada, e o que é dividido, passa a ser ameno.
Jovens em início de batalha, querendo se convencer que a luta só é mais fácil, é certa. Como negar ter alguém para conversar, para lhe ouvir, compartilhar seus sonhos, projetos? Negar o prazer de ouvir seu celular a tocar e saber que há alguém a perguntar como você está?
Ter um encontro e mais outros encontros e trocar beijos, abraços, olhares, toques leves e com a intensidade do querer eterno. Ah! Como negar tamanha beleza?
Compromisso, palavra que soa hoje como indesejável em uma vida, lamentavelmente sem sentido e sem nexo, vão se afastando do real sentido do amor, tornando a vida vazia, e sem razão de existir, vão vegetando uns e outros com a desculpa da conquista profissional ou outra qualquer.
De vidas vazias estamos fazendo hoje a história da humanidade, de pessoas solitárias que “enchem a cara” no final de semana, conformando-se com um “amassa” ou um “fica”, é o que mais temos na visão humana do aqui, do agora.
Ah! Meu amigo, que fala do amor com a boca sem argumentos, com o coração pedinte, com a alma mergulhada em solidão, venha aqui, te senta mais de perto e ouça o desenrolar das imagens de ternura, de afeição que desenho agora para contigo decifrar o amor. Ouves as palavras soltas formando-se em frases concretas que em tua direção encaminho agora.
Não segues na fria ideia que o “outro” em tua vida, virá e te atrapalhar. A mão que em tuas se encontrarão e de forte a tua segurará, é força de encorajamento, o braço que em teus corpo espalhará o calor a aquecer tua alma, será para te proteger das frias noites de tempestades que todos nós transpassamos na vida, independe de quem sejamos.
Os lábios que em beijos ternos e prolongados ficam a satisfazer teus desejos, servem para acalmar teu coração e bandar teu ardil corpo que busca por satisfação.
As palavras de encorajamento firmes que seguem a prolongar tua audição desbravam por teu percurso, exterminando o medo e a falta de confiança que pode ter de ti, e contigo. Amigo, não me detenha nesse tempo do agora, nesse exato hoje, querendo convencer-te que o amor em tua vida atrapalha, vejo em ti a tristeza do caminhar só. Em ti a canseira da busca inútil, perdura a atormentar tua alma, que de agora está ferida, e com medo. Não temas o amar, não te escondas por um único segundo do amor. Deixe a esperança invadir tua alma e acalentar tão triste caminhada.
Ouça a música que agora toca, ouça o murmurar que as ondas formam ao sonar o canto do amor, da ternura, da alegria de está com alguém.
Dê-me um companheiro! Dê-me meu amor! E tudo fica mais fácil.
Há tempestade, mas se há o calor do outro, o frio é suportável. Há a escuridão do medo, do desconhecido, mas se há mais um olhar a somar com os teus, verá tua caminhada com segurança, pois se um cai, tropeça, há o outro a levantar.
Amigo, fica quieto, não te escondas do inevitável, quem nós fez, sabe que precisamos do outro, e tanto sabe, que fez o outro, e de onde vem o “outro”? Amigo, é de tua costela, bem de lá, não fujas! É certo que ao teu encontro virá o amor, e se o receberes com o coração em compasso de alegria e reconhecimento, tua vida será de sucesso. Fecha de vez a ideia que o amor é compromisso que atrapalha.
Abraça a real verdade, o real sentido do existir: O outro em nossa vida é o que nos faz sentirmos verdadeiramente semelhantes à Deus.