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Me esqueci de vocês ontem pessoal. Totalmente. Nem lembrei.

Mas nem pensem que eu imagino pedir desculpas por isso, meus caros 23 fiéis leitores. Se vocês soubessem como foi a minha sexta...

Só lembrei hoje pela manhã de que ontem foi sexta, dia de texto no RL, e estou aqui, agora, 15h:30min desse sábado, escrevendo para vocês. Começa a chover muito forte aqui em Charky City.

Foi pesado ontem ao meio dia. Hardcore. "O fim da várzea", como costuma dizer uma amiga minha. Um pesadelo concreto. Fiquei arrasado o resto do dia.

Não vem ao caso dizer pra vocês o que foi. Nem foi comigo.

"Amigo é coisa pra se guardar, do lado esquerdo do peito". Quando um amigo mais precisa de você é que você percebe como esse mundo é de verdade, como as pessoas realmente são e como você é realmente.

Nessas horas tétricas e cabulosas não há margem para dúvidas. Meio aquilo que eu disse na crônica passada sobre o Titanic, lembram? Nos momentos em que a exitência está em jogo não há margem para máscaras, fingimentos e ilusão. A gente vê tudo como realmente é e, ao mesmo tempo, se olha no espelho de raio x.

Essa vida é uma bela ilusão, a gente fica apegado a tanta coisa que no fundo são nada. Nossas glórias são vãs, desgraça pouca é bobagem. O que a gente tem é a saúde e a estrutura que montou para mantê-la. Isso é o ouro dessa vida, a falta disso é a verdadeira miséria.

A gente vive numa ilusão, anestesiado. Bota os bandidos na cadeia, os loucos no hospício, os doentes no SUS. Tudo que não se enquadra vaí para o depósito e lá fica pra gente não ver. E a gente não sabe o que é a miséria desses lugares. Só se a gente ou se alguém que a gente verdadeiramente gosta está numa dessas. Fora isso, a gente só teoriza sobre esses lugares e não percebe o que é essa vida é de verdade. Repito, estamos anestesiados. Até para aguentar a verdade do que somos e de onde estamos.

E estamos no mundo do "quem pode pode, quem não se sacode". E "sai de baixo"! Bem assim. Se tem dinheiro, funciona, tem alguma dignidade inclusive nos piores momentos, aqueles em que Deus diz "fulano, quero falar contigo pessoalmente...". Se não tem $$$... é o umbral nesse plano meu velho!

Como eu disse na minha crônica anterior, a existencia tem o mesmo valor para todos nós, mas a vida vale o quanto vale nosso capital social.

Parou de chover aqui e eu vou parar de escrever também. Até sexta que vem pessoal. Melhores dias virão, depois da tempestade...

Abraço.

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Era isso pessoal. Toda sexta, final de tarde, estarei aqui no RL com uma nova crônica. Abraço a todos.

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Antônio Bacamarte
Enviado por Antônio Bacamarte em 21/04/2012
Reeditado em 06/05/2012
Código do texto: T3625495
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