MULHERES SÃO RESPONSÁVEIS PELA “MÁ FORMAÇÃO” DOS HOMENS

Eu afirmo que a responsabilidade pelo mundo cheio de problemas é quase totalmente das mulheres. Calma, e me deixe explicar. Também sou uma mulher e não me agrada nada constatar tal fato. Minha mãe errou, tua mãe errou, eu e você continuamos errando. É melhor admitir isso, e mudar o rumo da prosa, embora tardiamente, do que fingir que não temos nada com isso e continuarmos na mesmice.

Desde que o mundo é mundo, cabe às mulheres a educação da prole. Mesmo nas sociedades patriarcais, a mulher, na intimidade do lar "podia dar pitacos na educação dos filhos" porque elas têm o dom do amor e da amabilidade. A maioria sabe do que estou falando, não? Do jeitinho amoroso com que as mães convencem. Da forma inteligente com que elas questionam as atitudes dos filhos, levando-os a reflexão e à mudança de comportamento. A mulher-mãe sabe o que fazer e o que dizer quando ela tem determinados valores, é claro.

Bem, se somos a maioria no mundo e se a educação dos filhos é de nossa responsabilidade, então, falhamos em algum ponto. É o que justificam as atitudes dessa garotada que está aí: marginalizada, violenta, sem pudores (graças a Deus não é o que a mídia mostra na nossa cidade)... Claro que toda regra tem exceção e não me importo de ser repetitiva. Há casos e casos.

Temos que reavaliar nossas atitudes enquanto mães. A nós compete orientar, moldar o caráter dos seres a quem demos vida. Não parimos sacos de batatas. Trouxemos à vida seres inteligentes, com personalidade própria e muitas das vezes com falhas de caráter. Falhas estas que precisam de redirecionamento, levando em conta sobretudo o meio social em que esse indivíduo é inserido. Quanto mais criminosa a sociedade, mais ajustes se fazem necessários, mais esclarecimentos e mais amor. Não o amor possessivo, permissivo; amor com responsabilidade.

Lugar comum é a reclamação que quase todas as mulheres fazem a respeito do comportamento machista dos maridos. "Não cuidam de suas coisas, esparramam roupas, não penduram toalha molhada, não lavam louças, não ajudam, enfim, na arrumação do lar. Pedem muito o tempo todo". Rasgamos o verbo para criticar a sogra, e fazemos dos nossos filhos cópias desses maridos. Para o rapazinho tudo, para a mocinha... Ele pode ir e vir, já ela... Ele deve trabalhar fora e não fazer nada dentro do lar; ela deve trabalhar fora e...

Homens e mulheres devem receber orientação sobre tudo da vida na mesma medida. Por que não devem aprender o básico da arrumação se vão um dia morar só? Passar uma camiseta não aleija o homem, mas uma mãozinha no lar quando ele tiver sua própria família pode contribuir para um bom relacionamento. Não estou falando de criar domésticos, mas de qualificar o homem para mais do que ser "macho".

Não estamos criando super-homens. Estamos criando advogados, médicos, professores, balconistas, diretores, escriturário, maridos, deputados, ministros, presidentes. Eles terão que ter sensibilidade, educação, conhecimento das leis morais e naturais, honestidade e maturidade para enfrentar o que aparecer pela frente.

Essa história de que o macho não faz serviço de mulher, mas mulher faz o do homem, dão às mulheres requisitos para enfrentar a vida com segurança e deixam o homem à margem dos problemas que, inevitavelmente, enfrentarão ao longo da vida, sem base moral e cultural para tanto. Prova disso são nossos jovenzinhos fazendo quebra-quebra nas ruas das cidades brasileiras por pura diversão. Estamos ou não criando homens cabeças de papelão?

Irami Gonçalves Fernandes Martins