Nos momentos em que não me sei
Tem dias que eu fico mais quieta, como esses de agora. Não consigo parar de pensar em coisas diversas. Fico costurando histórias, remendando lembranças. Relendo livros antigos. Páginas marcadas. Indo aos tropeços atrás de um livro velho, surrado, de páginas amareladas, como se eu não tivesse certeza de que, o que eu li anteriormente, foi lido direito. Se era aquilo mesmo. Como se eu tivesse pulado páginas.
E aí eu preciso escrever. Só as palavras me entendem. E só com as palavras eu me entendo. Me descubro. Às vezes me perco. Me firo. Me doou. Mas em seguida me encontro. E eu escrevo mesmo e muito. Escrevo sobre o que o coração mandar. Vou sem limites. Vou sem medo. Sem medos. Só não fico parada. Ou fico, sei lá!
É que, quando isso acontece, eu fico agitada... por dentro. Inquieta. Não dá pra dizer ao certo se minha cara é de espanto, de dor, de desespero ou de nada.
Não me sinto. Não me sou. Me aquieto, só isso. Mais nada.