Sujeito de parônimos
Seu Armando explorava a gramática expositiva como quem sofre com exercícios pesados. Para o seu bem e o do mundo na mais alta conta e copa. Para Armandinho o tal de “mandato judicial” sobrevinha através do “mandado” porque alguém tinha que carregar o dito cujo. Quando retornava da esfera pública para a vida privada dava um verdadeiro "flagrante" no perfume da mulher.
Dolores compreendia. Dolores amava o velho gramático Armando. Doutor Armando. Vida dedicada. Sofrera ciúmes incríveis, crucificados, inúteis, desolados. Aos poucos se convenceu da quimera que prendia o prenúncio do mal ao mal. Armando é fiel. Vive em casa, só entre parônimos. É gramático!
Armando alcançou merecimento como retrato da honestidade. Tinha honestidade clínica e um todo zeloso nas palavras.
Tudo compensado pela amizade com a tal gramática expositiva dos parônimos, homônimos, corretivos e até correlatos.
Na vida pública Dolores caminhava feliz ao seu lado. Apresentava muito orgulho de Armando. Da sorte que teve na vida com ele. Seguia ao seu lado o itinerário da felicidade como se durante o trajeto ele fosse exibido com suas exclamações: Eis um sujeito de parônimos!