A HONRA DO HONRADO.

A honra do horado, se atacada, luta com denôdo e vigor para ver defendido esse ornato inigualável de sua personalidade.

Não a quer sob anátema, honra enegrecida de suspeita, “varrida para debaixo do tapete”, como popularmente se nomina, a caminhar nas veredas sombrias onde nada se apura.

A honra do honrado quer ser como a verdade solar, como o sol que não quer sombras para rebrilhar em toda sua plenitude.

A honra do honrado repele a tortura da consciência e o sufrágio da benesse que oculta, do favor que desmerece, da doação do obséquio que pede troco, a retribuição que achaca e tem péssimo odor.

Para o honrado, a ficar na ausência de mostrar e provar sua honra, opta por combater o combate do bem, onde só a verdade lhe fornece as armas do combate, e nunca dele se avizinhará os horrores da consciência torturada.

Os honrados são escravos da lei e da verdade para serem livres, sem cadeias a algemar suas consciências, de cabeças erguidas não para enfrentarem ou subjugarem detratores, antes e muito mais para satisfazerem seus princípios.

São assim os honrados, pois a condescendência com o vício de esconder gera a inutilidade, a desrazão da lei, o sepultamento das normas.

Caminhar nesse sentido revela a bondade desprezível dos que transigem escondendo culpas, para viverem nas sombras,dos que cedem para não ter necessidade de exigir, dos que dão a fim de que nada lhes peçam, dos que tudo externam por se divorciarem de suas obrigações.

Da mesma forma que de nada vale a vida, que seria nosso primeiro bem, sem liberdade, para o honrado nada vale viver sem apurar sua honra atacada.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 20/04/2012
Reeditado em 20/04/2012
Código do texto: T3623166
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