LERO LERO!
Recebi, com muita alegria, o livro LERO LERO da grande Maria Dilma Ponte de Brito. Boa leitura, agradável, leve e atraente. Parabens a ela!
Fiquei contente ao conhecer seu currículo impressionante e mais ainda ao descobrir que um de seus filhos tem o mesmo nome que eu: Dante!
Com certeza será um poeta e encontrará sua Beatricce num balcão florido de Verona.
Da primeira à última página, não deixei de lado o LERO LERO e, lá pelas tantas me vejo citado em uma de suas crônicas. Mais uma alegria. Obrigado, Maria Dilma.
Infelizmente, eu, como ela, tenho minhas opiniões...e esbarrando na crônica BRINCADEIRAS (pag.49) resolvi discordar da autora.
Não conheço nenhum menino que tenha se tornado malfeitor porque “atirou o pau no gato” ao invés de atirar flores...
Nem sei de alguma Terezinha que tenha abandonado a família porque deu a mão ao namorado depois de ir ao chão...
Alguem já ouviu falar de crime passional inspirado na briga do Cravo com a Rosa? E “o anel que tu me deste era vidro...” foi motivo de algum suicídio?
Querer modificar nossas antigas historinhas e canções é exercício para sociólogos e psicólogos desocupados, ociosos de corpo e mente!
O que falta às nossas crianças é exatamente “atirar o pau no gato”, ludicamente. BRINCAR! Cantar em rodas ao invés de assistir desenhos e jogos japoneses em que em poucos minutos mata-se meio mundo!
Falta sentar no colo dos avós e ouvir aquelas canções inocentes ao invés de ver o BIG BROTHER na televisão!
Falta ir ao TORORÓ buscar água e não achar ao invés de ouvir as notícias da última enchente em que morreram centenas de inocentes sem que nada tenha sido feito para evitar a tragédia!
Falta, hoje em dia e a muitos de nós, entender que a infância deve continuar pura, que não são canções que motivam a delinqüência, mas exatamente a falta delas em nosso convívio. Falta acabar com esse LERO LERO de modificar nosso folclore e se dedicar a ensinar as crianças o que é certo e o que é errado ao invés de acreditar na nova psicologia infantil que prega a liberdade total e a impunidade!
Como diz a Maria Dilma, “o bem deve prevalecer sobre o mal”. Isso só vai acontecer quando usarmos nosso tempo para educar nossas crianças ao invés de deixar esta tarefa para os pregadores do politicamente correto!