Infância...Tempo bom que não volta mais!
A quem simplesmente se identifique...
Por: Ingrid Andrade
Lembro como hoje da minha infância. Tempo de brincadeiras, descobertas, do cheirinho do suco que mamãe colocava na minha lancheira, da escolinha, dos amigos...de ser criança!
Como era bom chegar da escola e ir para a rua brincar das mais variadas e tradicionais brincadeiras. Jogar bola, correr, fazer bolo de terra, colecionar coisas e saber exatamente compreender no olhar dos pais, que precisava voltar para casa. Isso era o respeito!
Naquela época não existia computador, pelo menos não na minha casa, mas era feliz por ter amigos de verdade, jogar e estabelecer uma competição em troca de pagar prenda e não por vício. Antigamente e, não faz muito tempo, as meninas e os meninos viviam sem perturbações, ansiedades, medos, insegurança, bullying! A tal prática talvez sempre existiu, mas não em largo estrago. Nossa vida se resumia a ser criança e somente isso.
Hoje, os mesmos meninos e meninas possuem outra educação, outros interesses e recompensas. As crianças dominam as tecnologias, falam com estranhos virtuais, pensam que sabem mais do que os próprios pais e professores por ter muita informação disponível e pouco ou nenhum conhecimento. Não possuem mais limites e poucos sabem ouvir um não. Isso não é respeito!
Os pequenos não vão mais para a rua, pois agora é perigoso, e não sentem mais o cheirinho de ser criança. O que era saudável, como o suco que mamãe colocava na minha lancheira, foi trocado por fast food e outras porcarias que só contribuem para a obesidade e sedentarismo destas crianças. Atualmente trocam a família pelo computador, trocam as figurinhas por maquiagens e acessórios de significados duvidosos, trocam as brincadeiras saudáveis por jogos violentos disponíveis na rede e , principalmente, trocam a vida real por uma fantasia nada promissora.
Está lançado o desafio, pais e educadores, como contribuir para a educação destas crianças em face desta nova era de tecnologias e informações instantâneas? Como transmitir confiança no lugar de possíveis fragilidades diante deste quase “mini adulto”? Como? eu pergunto!
Tenhamos paciência, sabedoria e serenidade. Ainda somos a referência e o reflexo para estes pequenos. Podemos aprender muito com estas crianças e podemos também ensiná-las com frequência. Sejamos então compreensivos e amigos de nossos filhos e alunos, sejamos compartilhadores de ideias, sejamos também aprendizes e confiantes nesta jornada que é para toda a vida.
E lembrem-se, que o encanto e esse cheiro de infância presentes nas atitudes, valores, amizades, doces, brincadeiras, imaginações, músicas e lembranças, são formas preciosas de se guardar um tempo.....ah, o tempo! Que não volta mais!