A vida imita a arte

Bom, pra começar, eu queria dizer que a vida não é nada alem de uma parodia distorcida da realidade cinematográfica. Segundo a definição perfeita da realidade dada a nós pobres mortais pela mecânica cênica, existem quatro tipos de pessoas no mundo. Cada um desses tipos tem seu próprio destino traçado e não adianta lutar contra ele, pois isso não é uma coisa que se escolhe, e sim algo que lhe é imposto. Esses quatro tipos são:

a) O herói do filme: O herói é alguém que esta destinado a grandeza, sua vida e obra serão de estrema relevância para o mundo em que ele vive, e não é raro que ele o salve de vez enquanto. Esse personagem é essencial para o bom andamento do filme, sua morte quase nunca acontece durante a trama, e se acontece, é de forma heróica e inesquecível para que seu nome seja lembrado para sempre pelas gerações futuras. Pra ilustrar temos: Neo (Matrix) que é o herói da moda ultimamente; Alexandre, O grande (grande líder que conquistou quase todo o mundo conhecido na sua época) e Napoleão Bonaparte entre outros. Você provavelmente não é o herói do filme, se fosse não estaria lendo essa matéria e sim fazendo sua parte pra deixar sua marca no mundo, mas não se desespere, afinal nem todos nascem para a grandeza.

b) O coadjuvante: Esse é um daqueles caras que ajudam o herói, e que provavelmente vão passar a vida inteira contando a historia da aventura que viveu ao lado dele. Eles são importantes para a trama, pois apóiam o herói nos momentos que ele precisa. Infelizmente essa é uma posição delicada e de auto risco, por isso a maioria dos coadjuvantes acaba morrendo durante a trama para proteger ou salvar a vida do herói. Eles, de certa forma, ate acabam conquistando algum reconhecimento, mas quase sempre apenas entre os poucos que conheciam detalhes da historia. Como exemplo podemos citar: Trynite (matrix), ela morre no terceiro filme para ajudar o seu amado, que é o escolhido (o herói do filme) a cumprir sua missão; os generais de Alexandre, que comandavam o exercito no campo e o parente de Napoleão que o fez ingressar no exercito e apoiou sua escalada ate o posto de imperador.

c) O figurante: Personagens sem nenhuma importância na trama, eles vivem, morrem e ninguém da pela sua falta. O mais perto que os figurantes chegam da emoção da trama é estar no restaurante que o herói do filme invade fugindo dos capangas do vilão, ver o táxi do herói atravessando o parque para salvar o edifício da bomba ou ainda ser um dos seguranças do prédio invadido pelo herói e levar uma surra dele, ou ate ser morto por ele. O nome do figurante nem sequer aparece nos créditos, eles sempre colocam algo como: guarda1, guarda2 e etc. Como exemplo temos aquele monte de caras que o Neo e a Trynite espancam para salvar o morpheus; o soldados que lutaram por Alexandre em suas conquistas e as tropas que aclamaram Napoleão na sua subida.

d) E, finalmente, a escoria do mundo, todos nós que nunca seremos sequer figurantes na trama, e nem mesmo temos um ator que represente nosso papel, pois ele não faz parte da historia, sua existência apenas fica subtendida. Nós somos os donos daquele carro. Qual carro? Aquele que o herói rouba pra perseguir o os capangas do vilão que estão levando a mocinha. Somos os proprietários das barracas de feira que são destruídas na perseguição. Somos as pessoas que tem que limpar as bagunças que o herói o vilão fazem. Esses somos nós. Aqueles que nunca ganham nada no filme, pelo contrario, só perdem, e nada podem fazer pra mudar isso, pois não temos nem corpo físico pra tomar alguma atitude. Só nos resta aceitar o que somos.

Kriador
Enviado por Kriador em 29/01/2007
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