Ele não está!

 

 

Quase todos os dias alguém de um banco ou cartão de crédito telefona para oferecer serviços, ‘vantagens’ ou sei lá o quê. Em geral esses telefonemas acontecem no início da noite ou até lá pelas oito ou nove horas, sempre procurando pelo meu marido. Como já sabemos que isto pode acontecer, quando o telefone toca eu atendo e, invariavelmente, digo que ele não está. Então, a pessoa pergunta qual o horário mais fácil para encontrá-lo. Minha resposta é vaga, não sei... é difícil... ele não tem horário... Desconcertado, o rapaz ou a moça (é sempre uma voz de jovem) agradece e desliga, quando não desliga sem agradecer. Para voltar a ligar no dia seguinte...

 

Ontem falei com um deles e a conversa foi exatamente como já contei. Porém, assim que desliguei o telefone tive uma ideia. Cansei de dizer sempre a mesma coisa, não sei... ele não tem horário... Até parece que estou me desculpando. Vou mudar minha resposta. A partir de agora quando perguntarem qual a melhor hora para encontrá-lo, vou dizer o seguinte: Olhe aqui minha filha, se eu soubesse, seria muito bom! O desgraçado fugiu, sumiu de casa, me largou aqui sozinha com as crianças! Sei lá por onde anda! Evaporou! Estamos até passando necessidade! Se você conseguir encontrá-lo, faça o favor de me avisar, está bem? Nós também estamos louquinhos para encontrá-lo!

 

Agora é aguardar para ver o resultado. Estou apostando em duas possibilidades.

 

1)     Ao ouvir minha ladainha o susto será tão grande que vão desligar sem dizer nada, fingindo que a ligação caiu.

 

2)    Depois que dois ou três fizerem isso, ninguém mais vai ligar!

 

Tomara!