Iguais

Talvez em algum momento, tarde ou cedo nesta vida, tenhamos passado por situações que nos fizeram sentir injustiçados, desmerecidos, ignorados. O descaso e a indiferença, muitas das vezes imperam de modo impercebível, por mais notório que seja a sociedade insiste em querer fechar os olhos, tampar os ouvidos, e emudecer diante de situações que não apresentam para si nenhum valor. A realidade é que muitos vivem em prol de si mesmos, de seus costumes e benefícios, dizem não admitir a injustiça, quando se sentem ferido de alguma forma, mas em geral em seu dia a dia praticam o mesmo ato que dizem tanto não admitir. Quando nos calamos diante do problema, ou tentamos abafar a voz daquele que tenta desesperadamente buscar por socorro, estamos sendo omissos e coniventes com a banalidade da sociedade.

Nem sempre os interesses individuais despertam interesses em um coletivo, e quando não há uma troca de interesses, o descaso se torna um meio mais confortável.

Mas como explicar tamanha indiferença, no mundo onde a principal busca é a igualdade.

Chego à conclusão que a maior indiferença está em dizer que somos iguais, se fossemos as diferenças não predominariam tanto e o desinteresse não seria o fator predominante em meio à miséria, fome, desemprego, desabrigo. È fácil dizermos que somos iguais, que se preocupamos com o próximo, a questão não consiste no dizer, mas sim no fazer, no agir, ao tomarmos uma atitude e nem sempre isso acontece, infelizmente por mais que sintamos de alguma forma, é mais fácil se calar, ou ignorar completamente, afinal o que podemos fazer?

No entanto penso novamente e se fosse com você, ou com alguém que amamos, será que seria simples aceitar o descaso, a injustiça, a indiferença?Ao chegar muitas das vezes em casa e recebermos do lar o calor e o aconchego da família, não nos damos por conta de quão valioso é aquele momento, não damos conta que muitos naquele momento, estão jogados ao relento, em uma noite fria e solitária, beirando a margem de uma sociedade, que se encontra impotente e sem forças para agir.

Nossos conflitos diários nos impedem de ver o quanto somos privilegiados, por termos uma vida mais favorável do que muitos outros cidadãos “iguais”, porem com vidas tão diferentes.

Em fim o que posso dizer, é que nós somos a sociedades, não adianta transferir sempre a nossa culpa a terceiros, temos que fazer a nossa parte, pois se tem faltado algo para que as coisas dêem certo, então não estamos fazendo o suficiente. Se todos tivessem essa consciência, e tomassem atitudes sem esperar pelo próximo, talvez embora ao caos de tantos problemas, creio, contudo que a igualdade seria de fato mais igualdade, e não só nossos valores seriam os válidos, nem apenas os interesses próprios seriam o combustível para o progresso, mas quem sabe a realidade faria pesar a importância de darmos valor a vida, que embora possa ser de outro, poderia ser a nossa.

Ingrid Vale
Enviado por Ingrid Vale em 17/04/2012
Código do texto: T3617365
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