POUCO TEMPO - 51
Saudade de um tempo em que para tudo havia tempo, cuja única premissa era viver cada momento!
A vida rolou, o tempo passou, cresci, amadureci, casei, tive filhos e o tempo...
Ah! O implacável tempo cobrou.
Flores plantadas e colhidas, pedras lançadas e recebidas, feridas cicatrizadas ou sangrando e golpes sentidos e desferidos.
Envolta nestas lembranças, pétalas prateadas caem, como uma garoa fina que aos poucos se dissipa, revelando, que a prata é de meus cabelos, pintados pelo inexorável tempo e a névoa que ora me envolve, nada mais é que os mistérios de um tempo futuro, com pressa... Agora, quase sem tempo...
E no olhar saudoso onde se revela o passado, lágrimas correm para um tempo ainda ignorado, e na quimera de um tempo saudoso, vivido, escoa-se a esperança, do que não volta mais, passou, pois pelo tempo foi vencido.
Este mesmo tempo que já tive em minhas mãos e esqueci, escorre agora rapidamente entre meus dedos, levando consigo, tudo que não vivi...
Tempo, se um dia novamente voltares, e se eu ainda estiver aqui, traga-me de volta o que é meu de direito e que não lembro, porque o que lembro, podes ficar, pois está gravado em meu peito e mesmo lutando contra ti, tempo, nunca sairá daqui...
Lani