TETO DE VIDRO

A introspecção silenciosa, me faz perceber

que meu telhado de vidro fora destruído...

A dor e a nudez me arrastam por estes escombros

expondo à luz meu ser como ele é...

Tateando o chão da vida em busca dos cacos

(de vidro) tentando restaurar minha dignidade,

busco a proteção e conforto perdido...

Essa labuta não atenua o desgosto, mas aumenta a vergonha...

As lágrimas se tornaram vestes que me faz um

invisível transeunte em busca do meu lugar

roubado por "grileiros" de vida...

A dor e razão me faz entender, que a verticalidade adverte que tudo

o que sobe, desce... e que a horizontalidade também adverte

que tudo o que vai, volta...

Será, que as pedras que um dia lancei,

hoje estilhaçaram meu teto (hombridade)?

Será que a postura do meu Davi interior (armado

de estilingue) tenha excitado exércitos

exteriores à defesa (me atacando)?

Se assim foi, as pedras lançadas, trouceram

este sentimento penoso por ter cometido alguma falta...

Tendo a maioria dos viventes seus telhados de vidro

é prudente e sábio refrearmos o Davi que habita nossa'alma e

nos faz certeiros...

Elevando-nos ao pódio da desonra.

Teto de vidro ilumina a alma. Quando quebrado a expõe...

A dor é a mestra, que ensina os fortes a reconstruírem-se, sendo eles, bons ou não...

Sam 2012

Sam Nantes
Enviado por Sam Nantes em 16/04/2012
Código do texto: T3616198