O DÉCIMO DIA COM OS AMIGOS - “CACHOEIRA DO URUBU” – PARTE 17.

Parece que foi ontem o dia que meus amigos chegaram. Mas, na verdade hoje eles completam dez dias na “Princesa do Igaraçu”, nome que é dado a nossa invicta Parnaíba. Eles estão atentos a tudo. Tiram fotos, registram a história, as lendas, os causos, assistem jornal local, compram artesanatos, estão sempre se interessando por tudo que é nosso.

No café da manhã a conversa entre eles foi sobre a instalação da Zona de Processamento de Exportação – ZPE, em Parnaíba. Será um grande avanço para a cidade e segundo notícia do jornal já tem três empresas interessadas em investirem na nossa região. Na matéria não informava o nome delas, mas enfatizava que gerariam cinco mil empregos diretos e indiretos. O governo do Estado e a Companhia Administrativa da ZPE estão trabalhando para que a instalação da ZPE em Parnaíba aconteça em breve.

Pois bem, após o desjejum seguimos com destino a cidade de Esperantina, onde fica a quarta maravilha do Piauí, a “Cachoeira do Urubu”. Seguimos pela BR 343 com direção ao município de Buriti dos Lopes que está localizado a 33 quilômetros de Parnaíba, a cidade do “Ponto de Cruz” e dos buritizais. Estrada de asfalto, acostamento, bem sinalizada. De lá pegamos a estrada estadual que passa em Joaquim Pires e logo depois chegamos a Esperantina. De Parnaíba a Esperantina são mais ou menos 150 quilômetros.

O acesso à cidade de Esperantina pode ser feito pela PI 110 ou pela PI 113. O rio Longá separa a cidade de Esperantina da cidade piauiense de Batalha. Ela está situada no norte do Piauí e sua temperatura média é 27 graus. Esperantina foi elevada a categoria de cidade em 1943, mas 1843 quando ainda era denominada Retiro da Boa Esperança, foi lá erguida a Capela de Nossa Senhora da Boa Esperança. A imagem de Nossa Senhora da Boa Esperança, vinda de Portugal foi introduzida nessa Capela em 1959. Hoje a Capela recebe o nome de Igreja Matriz de Nossa Senhora de Boa Esperança.

A grande atração turística da cidade é a Cachoeira do Urubu, que é formado pelo Rio Longá. Expliquei aos meus amigos porque se deu o nome de “Urubu” a essa linda cachoeira. Essa ave, tão importante para a limpeza do meio ambiente, está sempre presente nessa região porque quando o rio diminui o volume das águas, muito peixes morrem presos nas pedras ou nas valetas dos rios e esse predador, o Urubu – rei, chega em bando atraindo pelo alimento. A chegada desses pássaros gigantes todos juntos, principalmente nos meses de junho e novembro, quando o rio baixa, é algo fantástico e interessante de se ver.

Nos meses de abril e maio é a época da desova, tempo que se dá a migração dos peixes rio acima, a chamada piracema. É possível ver esse espetáculo de uma passarela de 400 metros de extensão construída em cima do rio.

O lugar é lindo. Como estamos no mês de abril meus amigos puderam ver toda essa maravilha e fotografaram tudo. Os peixes mais presentes na Cachoeira do Urubu são surubins, madis e piaus. A pesca é permitida apenas para o consumo, a chamada pesca amadora. Os surubins chegam a um metro de comprimento e pesam mais de vinte quilos. Mas, na época da piracema a pesca fica terminantemente proibida.

Dependendo do volume das chuvas, a queda d´água na Cachoeira do Urubu chega até 14 metros de altura. É possível até tomar banho de chuvisco, proveniente do choque da água com as pedras. As águas descem os paredões rochosos formando belíssimo véu de água de uma beleza encantadora.

No Parque de Proteção ambiental onde está localizada a Cachoeira do Urubu, é possível apreciar o canto do xexéu, rolinhas, jaçanãs que pulam nos galhos das belas e gigantes árvores como o pau d´arco, mocó e outras mais. A carnaúba e as palmeiras se misturam com a vegetação do local que é uma variação de cerrado e caatinga. Assim o mandacaru e o cacto também dão seu ar de graça nesse paraíso.

Para completar as maravilhas desse belíssimo lugar, o visitante pode ainda saborear o peixe frito, o peixe ao molho, o feijão tropeiro, a galinha caipira, a carne de sol, tudo isso e muito mais, servido confortavelmente num salão climatizado, coberto de palha. O Parque tem uma boa infra-estrutura, tem bares, restaurantes e pousadas com café da manhã. Tem até área para camping, quadra de esporte e mesas para pic-nic. A Cachoeira do Urubu fica mais ou menos a 17 quilômetros do Parque Nacional de Sete Cidades, outro local belíssimo que levarei meus amigos num outro dia.

Já retornamos a Parnaíba ao anoitecer. Amanhã pretendemos visitar a terra da “Mulher Rendeira”, o antigo Morro da Mariana, hoje, Ilha Grande do Piauí.

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Parte 17 do Livro “O Quinto” que está em fase de produção e sendo transcrito para o Recanto na proporção que escrevo. “ As Rendeiras da Ilha Grande do Piauí ” será a – Parte 18.

Maria Dilma Ponte de Brito
Enviado por Maria Dilma Ponte de Brito em 16/04/2012
Reeditado em 18/04/2020
Código do texto: T3616193
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