‘...das coisas que não eram minhas

Aos poucos sinto que vou mudando meus planos de fundo. Aqueles que enfeitam o coração da gente, adoece estômagos e nos impede de ver os outros tantos caminhos. Desapegar-se dói um pouco, mas é bom. A ideia de dizer tudo em metáforas até era minha, mas aquele primeiro medo era de ambos. Quando um único beijo é suficiente para amar pra sempre, não há planos que permaneçam sólidos.

Não é fácil ir devolvendo assim os gostos adquiridos, mas a verdade é que eu sempre soube que nem a canção e nem o All Star eram pra mim, mas era minha a mania de amar tudo que esboçasse sorriso nos lábios que eu tanto queria. Muito de meu foi levado, oferecido a outras pessoas. E mesmo assim meu coração padecia com ternura, ao não considerar justo abrir mão das flores de cores e dores lindas, só porquê não souberam regá-las.

No meu computador agora tem alguns elefantes enfeitando a tela e eu não preciso mais olhar todos os dias para aquela frase. Essa mudança de planos talvez me faça enxergar a quantidade de pessoas caminhando nas ruas com guarda-chuvas amarelo – porque essa é a cor do sol – prontos pra abrandar minha tenra tempestade. Tenho agora outras direções pra me atrever a caminhar primeiro, mas se de novo, devo abrir mão de tanta coisa, peço somente uma: me deixe ficar com a lua cheia.

Marília de Dirceu
Enviado por Marília de Dirceu em 16/04/2012
Código do texto: T3615908
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.