PREPAREMO-NOS TANATOSOFICAMENTE
PARA A VIDA

 
Quase ninguém se educa conscientemente para a morte (ou thánatos, do grego), embora a grande maioria de nós viva conspirando o tempo todo para sua antecipação. Muito menos se educa para a biblicamente chamada “segunda morte”, que é o fim, sem bom resultado, da sequência de ir e vir reencarnatório expiatório ou probatório.
Entretanto, a morte física é um detalhe. É apenas a cisão do Espírito eterno do corpo físico passageiro. A forma da cisão, por mais eventualmente trágica que seja, não causa nenhuma dor ou trauma a quem, até o último suspiro, mantém a fé em Deus, ou é flagrado em pleno trabalho multidimensionalmente útil, ou, por algum outro motivo, tem proteção especial do andar lá de cima, por méritos de que não temos a mínima ideia.
[Existem energias sedativas que são aplicadas alguns milissegundos antes do choque, de modo que o Espírito se desprende do corpo, em suas ligações principais, sem sofrer nenhuma dor. Isso para não relembrar dos casos em que o Espírito é arrebatado do corpo denso alguns milissegundos antes de sofrer o eventual choque físico. Inspirado em Eclesiastes, 9:11[1], isso quer dizer que ninguém está escape de sofrer abalroamentos físicos ou de morrer em desastres individuais ou coletivos. Entretanto, muitos são poupados, em muitos casos no último segundo, de sofrer abalroamentos no perispírito ou de morrerem e serem transferidos para ambientes desastrosos ou, agora especialmente, para as biblicamente chamadas “trevas exteriores”.]
 
Em outras palavras, no detalhe: preparar-se para a morte é viver não necessariamente espiritualizando-se, mas essencialmente espiriticizando-se, gradativamente, na prática diuturna das virtudes evangélicas, cultivando a paz íntima, praticando ou apreciando uma arte, exercendo um trabalho útil e cuidando, no mínimo, de duas pessoas: si mesmo e mais alguém. [É de se crer que, com essa conduta, as chances da fatalidade certamente se reduzem.]
 
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Há várias espécies de morte ou, em linguagem mais clara, de cisão entre o espírito e o corpo físico. Pode ser imediata ou lenta. Pode ocorrer depois de longo sofrimento, mas com imediato alívio após a libertação da matéria. Pelo contrário, pode surpreender depois de relativa saúde e aparente felicidade, e chegar causando dor e impondo sofrimento atroz a partir do Além.
Em resumo, pode ocorrer sofrimento antes, durante ou depois do desencarne, ou sequencialmente nessas três fases de vida. Da mesma forma, pode ocorrer bem estar antes, durante ou depois do desencarne, ou ele pode se estender sequencialmente nessas três fases de vida. Cada caso é um caso, cada vida é uma vida, cada morte é uma morte.
O certo geral é que todas as energias boas ou más que se acumulam no corpo perispiritual durante uma encarnação, seguem para o Além juntamente com o Espírito. E enquanto não vem a cura espiritual definitiva, os registros de cargas negativas e doentias continuam no perispírito, inclusive quando do retorno deste à crosta, em nova reencarnação.
Daí, para garantirmos um futuro mais saudável, seja ainda nesta existência na carne, seja quando voltarmos para o mundo espiritual, seja na próxima existência na carne, precisamos cuidar agora de todos os nossos corpos (físico, emocional, mental, perispiritual...), com alimentação e exercícios adequados no terreno da paz, do amor e da solidariedade, com os outros e com nós mesmos. E devemos nos esforçar para resolver todos os problemas que nós criamos ou que nos tenham sido criados, o mais rápido possível, levando através do portal interdimensional no fim da existência, para o Além, para o amanhã encarnacional, mas também para amanhã de manhã, aqui no Aquém, o menor número de pendências possível. Não sabermos quando o portal definitivo para a dimensão vizinha vai se abrir para cada um de nós, não é mesmo?
 

"O que não enfrentamos em nós mesmos, encontraremos como destino." – Carl Jung
 
Ressaltemos que o corpo terrestre está em tratamento. Precisamos acompanhar o ritmo. Quando desencarnarmos da próxima vez, sairemos do corpo físico e não reencarnaremos mais no corpo planetário nas condições atuais em que ele se encontra. Ele estará bem melhor. [Espero que vós só desencarneis pelo menos daqui uns cinquenta anos, para confirmar isso. ] Estamos nos preparando desde já para sermos células saudáveis do novo corpo terrestre após o seu atual tratamento vibratofotomagnético?
 
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A grande maioria de nós, viventes e reviventes, está experimentando sua última encarnação neste ciclo planetário que se finda, e ainda não tem nenhuma noção nem interesse em saber nada disso. Vivem ainda apegadíssimos aos prazeres da mundanidade decadente, regozijando-se com a reunião exagerada de riquezas materiais, como se não houvesse um amanhã tão diferente já se avizinhando.
 
Também o estresse tóxico e pandêmico é um aviso, ou melhor, é um grito de socorro da mente inconsciente coletiva frente ao perigo iminente. É uma espécie de instinto de sobrevivência enlouquecido. Como as multidões não entendem de psicologia profunda nem de neuropsicologia social, frequentemente distanciam-se da realidade se inebriando por um apego mais intenso à mundanidade extasiante, numa espécie de apagão consciencial. Podem até estar vivendo plenamente seu conceito de vida, mas estão cada vez mais se despreparando para a transição interdimensional e principalmente para a transição intereral.
O que se anuncia ficcionalmente através das telas de cinema, ainda que em grande parte baseado em informações reais, é quase sempre sensacionalista e psicoterrorista. Explora-se a questão, mas facilmente resvala-se para os absurdos, a ponto de afastar as pessoas menos criteriosas do verdadeiro entendimento sobre o que virá.
Os exegetas “fundamentalistas”, por sua vez, continuam interpretando literalmente as citações bíblicas, o que também aumenta a incredulidade quanto à forma e aos propósitos superiores desta grande transição geopsíquica.
 
De qualquer forma, a melhor preparação para a morte desencarnacionante (a cada fim de existência no plano físico terreno) e para a morte desplanetarizante (no fim do atual ciclo da evolução planetária) é a prática das virtudes positivas e positivantes em favor da vida, lastreadas no amor fraternal, mesmo que não se tenha consciência de nada a respeito. É o desprendimento gradativo dos vícios. É o desapego gradual das más inclinações morais. É o cultivo das virtudes enobrecedoras, com leveza, com humildade. É o desapego emocional aos teres materiais, com distribuição dos excedentes para os mais necessitados próximos ou distantes. Enfim, é a busca pela paz e pela vida simples, que também tem seus prazeres e seus momentos felizes, ainda que no recôndito da alma. [E podemos iniciar esses desapegos desde já, para desobesarmos o corpo perispiritual das terrenalidades (inclusive daquele sal que tirou a vida à esposa de Ló).
Pode ser que não tenhamos evolução suficiente, nem tenhamos despertada uma consciência superior nesse sentido. Entretanto, nós temos conhecimento. Estamos conscientizados de que esse desapego gradual aos excessos materiais e emocionais será bom para nós no futuro e nos transfuturo. À falta da devida consciência, a conscientização.
Com a assunção antecipada de uma simplicidade voluntária, podemos até queimar etapas para o despertar da consciência crística em nosso íntimo. Questão de inteligência espiritual para quem ainda vive muito ligado na materialidade, mas que sabe das necessidades sociais nos bolsões de miséria de todo jaez.]
 
Cuidemos do carreiro físico em seus vários aspectos – o que inclui alimentação o mais natural possível, exercícios respiratórios profundos, alongamento do tônus muscular e caminhadas, mas se apenas com o objetivo de estarmos em forma para o serviço à causa do Bem. [Parece excessivamente moralista e carola, não é mesmo? Mas é uma medida de emergência. A humanidade está por ora em estado de sítio, embora quase ninguém saiba disso. E a rigor não é obrigatório que ninguém saiba. Mas, quem souber, pode usar essa medida extrema final, já pregada pelo Emissário de Deus há dois mil anos, que é a caridade em seus múltiplos aspectos. É o equipamento salva-vidas mais seguro que podemos usar em grandes situações de emergência global. E particularmente para alguns dentre nós que ainda têm muitas dívidas protestadas no cartório da história moral da Terra, a moeda-caridade é o recurso final alternativo para quitação ou amortização de débitos, em face do seu enorme prestígio no mercado de câmbio universal. Ademais, nós podemos fazer mil discursos sobre a reforma íntima, mas todos eles sempre deverão orbitar em torno dessa luz central, que é o amor crístico, e manter-se em permanente alinhamento com ela.
O próprio Jesus fez esse resumo, quando falou do Amor em sua dúplice direção (“ao Eterno” e ao próximo como a si mesmo), nos seguintes termos: “Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos.” (Mateus, 22:40). É o que corrobora o apóstolo Paulo, em sua epístola aos Romanos, 13:8: “quem ama ao próximo tem cumprido a lei.” Eis por que o Espiritismo se assenta na máxima universal Fora da Caridade não há salvação. E salvação é o tema da vez atualmente, não é mesmo?]
Toda essa observância há de contribuir para a elevação do nosso tônus vibratorial, tornando-nos magneticamente menos atrativos pelo astro sugador que se aproxima mais e mais do sistema solar. E se, além do Amor, associarmos a Fé, conseguiremos mover montanhas de medo para longe e mover montanhas de luz para perto, a fim de podermos escalar estas e nos manter seguros na mão de Deus, enquanto enxurrar por baixo as águas absínticas da escuridão.
[Nunca é demais ressaltar, porém, que não devemos exercer os valores evangélicos com propósitos de nos esconder da Verdade. Não devemos fazer, por exemplo, a caridade como escudo contra a espada corretiva da justiça divina. Devemos todos amar por amar, ainda que alguns com ligações residuais com as sombras, independentemente de qualquer coisa que nos venha acontecer. Jesus está precisando de mão de obra urgente nestes dias decisivos. E, no momento, Ele só exige um requisito no currículo: boa vontade.]
Especialmente nestes dias da era que se finda, todo minuto de nossa vida, inclusive os momentos de lazer e as viagens de passeio, deve ser dedicado apenas a propósitos úteis. Em tudo deve haver oportunidade para a prática das virtudes crísticas, para irradiar alegria, esperança, fé, consolo e amor, quer estejamos fazendo turismo nos Alpes suíços, quer estejamos voluntariando nos locais de ajuda em Serra Leoa.
 
A qualidade de vida após a morte na carne resulta da qualidade de vida que se levou na sequência dos dias de hoje do calendário cotidiano. A qualidade de vida após a morte (fim) da sequência de reencarnações no planeta terá a ver com a qualidade de vida que se levou e ainda se leva no hoje do grande ciclo planetário que se encerra. E o que mais frequentemente os virtuosos têm avistado quando chegam à nova morada, não é nada dos Campos Elísios imaginados por milhões, mas encontram um campo de trabalho, para continuarem no cultivo das suas virtudes e nos serviços a Deus. Outrossim, chegar do lado de lá e ficar dormindo, como creem (ou querem) alguns, nem pensar, principalmente na atualidade, durante as obras gerais preparatórias para a reconstrução da morada terrestre. [Exceção apenas para os não raros casos em que o recém-chegado passa uns dias dormindo, mas só uns dias, para se livrar das energias dolorosas e chorosas dos parentes que ficaram.]
Essa qualidade de vida não tem nada a ver com o ato de morrer em si nem com o tipo de morte em uma sequência existencial ou na outra.
Da mesma forma, a qualidade de morte não está adstrita à maneira como ocorre a morte propriamente dita. O que importa é como se está psiquicamente no momento e também nas horas subsequentes ao último suspiro. [Sim, porque a morte não é um ato instantâneo. Não temos apenas um “cordão de prata” ou um “fio da vida” que nos prende ao corpo físico, não. Há vários outros liames, que se desprendem aos poucos após o desligamento do fio principal. Então morrer é um processo, que pode levar até horas, até ocorrer o total desprendimento do corpo perispiritual do corpo físico, o que pode ser suavizado sobremaneira com as orações de corpo presente, além dos chamados velórios espirituais. Mas, o importante é que nesse ínterim o Espírito esteja em paz e que depois ele siga em paz e de preferência para um ambiente de paz na nova morada celeste.]
 
Também a qualidade de morte depende da qualidade de vida encarnada que se teve, não para os olhos da sociedade, mas para os olhos de Deus.
Entram em jogo também a evolução da consciência, a espiritualização natural ou consciencial e o desprendimento das paixões e emoções terrenais dos últimos anos de vida na carne. Valem também muito, particularmente, o arrependimento de antigas faltas, a confissão de cancros emocionais empedrados no coração, além das declarações, recebimento de visitas especiais e desejadas e os gestos de perdão (concedido ou recebido) etc, muitas vezes quando já se está recebendo a extrema unção.
Dessa forma, uma ou outra dessas psicoterapias breves de última hora pode fazer com que, por exemplo, um ladrão descarregue, na hora derradeira, em torno de cinquenta por cento de suas mazelas morais, e chegue bem mais magro animicamente do lado de lá da vida (ainda que sem isenção da responsabilidade sobre seus maus feitos). Em exemplo contrário, um moralista farisaico que não abriu mão de suas ideologias blindadas e egoísticas, pode chegar do lado de lá da vida com o corpo mental morbidamente obeso. E o pior é que, quanto mais pesado se estiver de toxinas morais, mais fundo se cairá no grande abismo magneto-atrativo e mais longamente lá permanecerá. É uma questão de gravidade.
Quem, pelo contrário, estiver esbelto moralmente, levitará em alma com facilidade, erguido por alças de luz alcionina, e depois descerá planando docemente, para repousar (re-pousar), agora na nova Terra, após ter baixado a poeira da transição mais pesarosa.
Enfim, cada morte é uma morte, especialmente a próxima.
[Como talvez uma emboscada cósmica nos espere em tocaia na próxima curva sideral, é prudente desde já nos descarregarmos dos nossos pesos morais e emocionais. Pode nos ser útil para a esquiva. Pode ser bom para nós na nova rota que precisarmos percorrer, embora, muito provavelmente, o golpe surpresa magnético não atinja aqueles que, no momento, estiverem de joelhos amparando moribundos à beira do caminho. E quem eventualmente sofrer abalroamento físico, mesmo em momento de serviço, certamente será arrebatado em alma milissegundos antes, para chegar do outro lado inteiraço e não tardar de recomeçar o trabalho do ponto ou da ponte onde parou.]

 

 

OS GOLPES DO DESTINO CÓSMICO JÁ ESTÃO AÍ, MAS OS FEIXES DE LUZ, TAMBÉM

 
A construção do que se estabelecerá de novo já está acontecendo, enquanto ainda se destrói a estrutura antiga, desgastada e carregada de camadas de vícios, durezas, medos e abusos.
As energias negativas da Terra ainda demonstram prevalecer, por causa, inclusive, do grande destaque que lhes dão os meios de comunicação de massa, além do que servem de racionalização psiquiátrica para reforçar o comércio da fé e interesse por proteções materiais. Ainda prevalece a ignorância básica sobre o que são mesmo qualidades de vida, riquezas, valores, saúde, morte, céu, inferno, salvação...
Apesar disso, e em que pese à visão sistematicamente pessimista de muitos salvícolas, que pregam enfaticamente a miséria moral do mundo, para aliciar prosélitos, as energias positivas, ainda que sem muita projeção, já vêm ocupando seus espaços, já estão fazendo alguma diferença para melhor. É questão de concentrarmos as atenções também em qualquer direção divina, para percebermos mudanças em várias frentes sociais.
 
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Mas, nada se destruirá por acaso nem sem controle do Cristo, por intermédio dos Espíritos engenheiros sob Seu comando, que são responsáveis diretos pela grande reforma. Ademais, milhões dos Espíritos que aqui estão encarnando ou se terrenalizando agora já são da nova geração transicional ou da geração pós-transicional. [São as crianças cristal e, talvez, as já denominadas “crianças diamante”.] Eles precisarão atingir suas metas e cumprir suas missões colaborativas com segurança. E é por isso que a casa terráquea está em reforma com seus moradores dentro, sejam estes os antigos ou os novos. Haverá algumas destruições notáveis na estrutura geológica e climática, mas com cuidado, para não atingir o perispírito de quem não deve ser atingido.
Contudo, as principais mudanças na vida humana serão de ordem moral. Será o troca-troca de energias, as ruins que saem e a boas que entram, para se juntarem com as boas que ficam, aí se incluindo mais harmonizações e intensificações de biofótons nos circuitos vitais, energias prânicas, iluminações aurais...
Em resumo, a transição planetária é de duplo caráter: um é físico e substantivo, porque altera a substância vibrato-fotomagnética, que se manifesta na matéria tridimensional somente a partir das consequentes alterações geológica, aquática e atmosférica. E o segundo caráter é psicológico e adjetivo, porque a sua qualidade está diretamente dependente do comportamento mental de cada indivíduo e do compartilhamento mental das coletividades de seres inteligentes, que determinam a qualidade da referida substância.
O fim do mundo, ou melhor, do tempo do mundo, é simultaneamente o começo do mundo ou nova era. Finda-se um mundo velho e caduco. Funda-se um mundo novo, todo diferente, sob nova direção, para bem melhor. O grande processo de fim do mundo inclui a transferência de milhões de Espíritos incompatíveis, daqui para mundos inferiores, onde purgarão suas moras petrificadas e prosseguirão em sua jornada evolutiva a caminho da luz.
O simultâneo grande processo de começo do mundo inclui a transferência de milhões de Espíritos compatíveis de mundos superiores para aqui, onde impulsionarão o progresso da nova era, juntamente com os de nós que aqui permanecerem e que respirarão um ar mais puro e felicitador. É quando a Terra terá deixado de ser um planeta de provas e expiações e passará a ser um planeta de regeneração.
 

 

COMO TER FÉ EM DEUS NA PRÁTICA?

 
Destaquemos, contudo, que a fé em Deus, in casu, não é exatamente uma fé religiosa, mas é uma fé sintônica, uma fé de comunhão íntima e de entrega da própria vida inteiramente aos cuidados da “misteriosa e incorpórea Entidade no mundo infinito reinante[2]. E essa entrega dá-se de várias formas, inclusive através do trabalho na seara do bem e da solidariedade e no consolo livre e descompromissado aos aflitos. Assim, até alguém que se denomina ateu pode estar inconscientemente alimentando essa fé sintônica em Deus mais do que um crente ou um religioso egoísta ou do que um espiritualista hedônico.
Em seu grande momento, o fiel prático há de se desligar em paz e serenidade da matéria, mesmo que essa baldeação interdimensional ocorra como resultado de uma tragédia física, e especialmente se ele estiver junto à leira de trabalho que lhe concerne dentro da seara. [Lembremo-nos dos casos clássicos dos primeiros cristãos, que cantavam enquanto os leões corriam para eles, para devorá-los na arena romana, e que, após dilacerados, mantinham um semblante de paz, demonstrando não terem sentido qualquer dor no momento extremo. Muitos outros mártires, a exemplo de Joana d'Arc e Jan Hus, demonstraram ter vencido essa grande prova de fé e confiança.]
 
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Falamos até agora dos casos de “promoção” desta para uma outra dimensão de vida em situações “confortáveis” e indolores por causa da fé inabalável em Deus. Mas há, como sempre houve, e como sempre haverá, alguns casos de livramento da morte física, muitas no último instante, quando a graça de Deus intervém para prolongar a permanência do salvado na crosta, sempre com algum propósito, mais frequentemente para atender algum pedido daqui de baixo, ou para que se atenda algum pedido de lá de cima. [Ajuda muito para essa intervenção divina revitalizadora a condição de fiel do retornante. A fé, por si só, é um tônico revitalizador da saúde e que muitas vezes livra da beira do túmulo, mesmo quem já esteja em estado cataléptico avançado.]
Nosso corpo físico é uma pilha, que recebe uma carga de energia vital ao nascer, para viver certo número de anos (ou de meses ou dias). Porém, ele vai recebendo carga extra durante toda a vida, enquanto nossas ações forem úteis para o universo, ou enquanto o universo esperar que nós começemos a agir utilmente, de modo que alguns de nós ultrapassam em muito o dia previsto para o desenlace.
Outros, pelo contrário, podem antecipar o retorno à Casa Maior (o mundo espiritual), por excesso de desperdício energético (suicídio indireto), ou se, aqui na Casa Menor (a crosta planetária), estiverem exageradamente pondo em risco seu próprio futuro como Espíritos. Neste caso, a morte física lhes é uma medida providencial, para lhes evitar um mal maior, como, por exemplo, a “segunda morte” ou a morte da alma, que é o seu desaparecimento do ambiente terrestre, com o embarque rumo a uma estação planetária inferior.
 
O fato é que nem um fio do nosso cabelo é arrancado sem o consentimento de Deus, e todos os nossos fios de cabelo estão contados. Nada acontece por acaso, nem ninguém desencarna ou deixa de desencarnar por acaso.
 
Muitos dos que já se iluminaram anteriormente, não mais reencarnaram na Terra. São os chamados Espíritos superiores, anjos ou Espíritos ascensionados, também intitulados de avatares ou deuses (a depender do ramo de saber espiritualista), em se considerando o que fizeram e o que disseram durante a sua última encarnação conhecida.

Hoje, em face da grande urgência despertativa das consciências globais para a realidade geotransicional e suas consequências na vida de todos nós, a maior presença de sábios espirituais e orientadores avatáricos é nos planos dimensionais superiores. Eles têm se dirigido aos terráqueos principalmente pela via medianímica, que tem muito mais poder de alcance. Manifestam-se direta ou inspiradamente em todas as frentes religiosas, filosóficas, científicas, culturais, artísticas e literárias voltadas à promoção do amor e da paz entre os seres humanos. Esses valores, sim, quando despertados no íntimo de cada um, constituem a melhor das transições para a Era do Espírito, porque eles são as autênticas manifestações da fé em Deus.


[1] “Por outro lado eu percebi abaixo do sol, que a carreira não depende dos ligeiros, que a peleja não depende dos fortes, e que não é os sábios que têm o pão, nem os talentosos a riqueza e nem os capacitados o favor; mas que só do tempo e da ocasião eles todos dependem.”
[2] Verso neutralista e universalista da “Prece Sob o Verde Estandarte”, composta e declamada no 1º Congresso Universal de Esperanto, em 1905, pelo próprio Lázaro Luís Zamenhof. A tradução para o português, de onde tiramos esse verso, é de J. B. de Mello e Sousa.

Josenilton kaj Madragoa
Enviado por Josenilton kaj Madragoa em 14/04/2012
Reeditado em 26/01/2013
Código do texto: T3613071
Classificação de conteúdo: seguro
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