Quem sou eu ?

Eu sou a linha do horizonte,

Não sou céu nem terra.

Eu sou aquela pedra, entre o mar e a praia,

Quando a marér tá baixa ela aparece,

E se mostra completamente.

Então, vem a onda e bate nela,

Uma, duas, três vêzes

Antes pequena, depois maior, quase ao mesmo tempo.

Por pouco espaço de tempo, uma após outra, pouco tempo,

Quase que não dá tempo de respirar... e ela alí, impávida.

Ela etá sempre alí, nunca sai do lugar.

Rocha forte, impassível, quieta, sempre no mesmo lugar.

Quando a maré está alta ela se esconde entre as águas,

para quem sabe e a conhece, sabe onde pisa, lá está ela.

Aos desavizados sempre a surpresa do pé machucado.

A pedra pode ser a salvação, ou a derrota de outros.

Eu sou pedra, aquela entre a praia e o mar.

Não sou terra, não sou agua,sou rocha.

Posso ser a salvação se afogando está, mas, a destruição para quem encalhar.

Agarre-se e pronto é só aguardar, alí seguro alguém que venha salvar.

Se o casco enroscar, cautela, é preciso simplesmente vai se estragar.

Não navegue em águas que não conheça,

Diria, você pode me encontrar.

Posso ser a visão do longo alcance.

Se em mim quizer subir para melhor enxergar.

Eu sou a pedra, entre a areia e o mar.

Pode subir para ver o resto do mar.

Até onde seus olhos enxergar.

ou se orientar aonde pisar.

Não sou meio termo, posso ser boa para ser pisada

posso ser boa para não deixar a embarcação aportar.

Mas, quando a maré está alta as embarcações podem por me passar

tranquilas sem se incomodar.

Podem ir embarcações em segurança, nada aqui te prendem, as aguas estão a seu favor, e ao meu, deixem-me dormir na bonança.

Águas, passem livres, leves, soltas, suaves a deslizar.

Eu sou a pedra, entre a areia e o mar.

Até que você me entenda.

Recebo muitas águas, calmas, nervosas, furiosa, sempre alí estou.

Sinto a força das ondas, recebo as aguas furiosas com calma, não tenha receio medrosos.

enquanto para alguns, a f´ruia das águas é pavorosa, para o meu corpo é calmaria.

Durmo ao som do vento.Dos relâmpagos estrodosos.

No meu anonimato fico segura. estou na praia, nem sou mar nem sou terra, sou rocha.

Sou 7 , sou calor, sou o que sou.

Vivo, respiro? amo, rocha.

Sou leve, sou sal, água, ar? nuvem, garoa?,pluma? nelas estou.

Não sei quem sou, ou o quê sou?

Eu só sei que sou o que sou.

Eu...mulher, mãe, esposa, amante, virgem, menina.

Assim somos todas pedra.

homemagem ao dia das mulheres- 08\03\2012

Edinan Inácio Martiniano