ENFIANDO O PÉ NA JACA 

     Devido a um pequeno problema “logístico”, digamos assim, eu e minha esposa temos almoçado em restaurante self service. O que de certa forma, foi melhor pra mim, porque passei a me alimentar melhor, preferindo me alimentar mais de “mato” que de outros alimentos. E a lógica pra isso é muito simples: Todos os restaurantes que frequento usam a mesma tática, que eu digo sempre que é o contrário da lógica – mas funciona. A pista pra você se servir (você pode inverter se quiser) começa primeiro pela penitência (verduras, frutas, legumes...) onde me sirvo bastante e de forma variada, não tendo como voltar atrás, e depois, vem o pecado, com tudo que te proíbem de comer, e tenho que escolher entre um e outro, pois já não há muito espaço no prato (sirvo tudo junto, sem ter direito a “repeteco” – convenção minha). Até aí tudo bem. Procuro não me irritar quando algum espertinho fura a fila, e ainda por cima fica indeciso sobre o que se servir; fica brincando com o alimento, escolhendo, e afinal desiste; ou ainda, serve-se apenas das partes mais apetitosas, deixando o “resto” pra você que vem logo atrás. Acho que não vale a pena se irritar. Hora da refeição deve-se estar com paz de espírito e realmente degustar o alimento; tem que ser prazeroso. Se faz questão, aguardo reposição, ou peço à atendente. E quando vai se sentar então e você avista a única mesa vazia – “Opa!” – De repente você é atropelado por alguém tentando chegar na sua frente. Como não estou acostumado a essas disputas, procuro por outro lugar em uma mesa já ocupada, fazer companhia a outras pessoas, mas as cadeiras ficam ocupadas por bolsas e sacolas, e se você pergunta se pode usar a cadeira fazem ouvidos moucos. Mas enfim, nada disso me tira o prazer de uma boa refeição...
     Mas enfim mesmo, a razão do título é que durante um bom tempo vem sendo assim, confesso, tenho me sentido bem (e recomendo se alimentar melhor), mas às vezes não dá pra agüentar. Hoje lá do início vislumbrei lá na área do pecado: feijoada. “É hoje!” – O único “mato” que me interessou foi a couve refogada. Nem a laranja eu quis. E enfiei o pé na jaca. Que delícia! Amanhã eu volto à rotina na alimentação. E não me olhem com nojo, não me arrependo, me fartei mesmo. Êh trem bão, sô! Nham, Nham... hummm...

Walter Peixoto
Enviado por Walter Peixoto em 13/04/2012
Reeditado em 13/04/2012
Código do texto: T3611234
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