DICK VIGARISTA E MUTLEY NO RECANTO

               Cresci assistindo desenhos animados que marcaram minha infância de alguma forma. Os desenhos de Hanna-Barbera, eram especiais. Havia um que não esqueço nunca. Era inspirado no filme de Blake Edwards de 1966, A Corrida do Século. Pois bem; neste desenho, onze equipes disputavam o título inusitado de corredor mais maluco do mundo, era a corrida maluca, e acho que muitos de vocês lembram daqueles personagens pitorescos. Irmãos rocha dirigiam o carro de pedra, enquanto o cupê mal-assombrado era pilotado por medinho e medonho. Já a carroça a vapor, pelo tio Tomás e chorão, e quem não lembra do emblemático carro conversível do professor aéreo? Mas este, não tem como esquecer, o gato compacto, côr de rosa, da bela Penélope charmosa! Existiam outros sim, o carro tronco, turbo terrífico, carro-tanque e bomba-bala.

               Todos os competidores tinham suas peculiaridades, trapaceavam, e tudo aquilo era até divertido. Um mal exemplo, mas acredito que na minha infância, até isso tinha um ar de inocência. No fundo sabíamos que não era verdade, o que importava era o divertimento garantido. Mas entre os competidores daquela corrida maluca, estava o temido MÁQUINA DO MAL, conduzido nada mais nada menos pela dupla Dick Vigarista e Mutley. O engraçado é que suas trapaças sempre recaíam contra eles próprios. Estavam sempre armando para alguém, mas sempre se dando mal também. Era até hilárico, e na verdade, toda meninada ficava torcendo para o vilão se dar mal mesmo.

               Interessante, é que mesmo depois de todos estes anos, ainda continuo a assistir a um mesmo tipo de corrida maluca. Vejo pessoas tentando enganar outras com perfis e fins obscuros, outras encarnam o próprio Dick Vigarista, com uma concepção maquiavélica de que os fins justificam os meios. Mentem, envolvem, procuram tirar proveitos e prejudicar em nome do próprio egoísmo, de sua pequenez como ser humano. Infelizmente, também vejo aqui, em nosso meio, nesse recanto de encanto, alguns Dick Vigaristas, Fake's, que se projetam e se passam como escritores, falsos, que se quer sabemos suas reais intensões. Fiquem atentos, nessa corrida literária, não é preciso haver malucos como o Dick, mas pessoas honestas e reais, apesar de estarmos num ambiente virtual de versos e imaginação criativa. Lembrem-se de que por trás de um poeta está um ser de carne e osso, tão real quanto seus versos criados por ele mesmo, circunstânciais ou não, suas verdadeiras digitais! E nessa recordação presente, sento-me em minha cadeira frente ao meu PC pra assistir mais um episódio.
Ricardo Mascarenhas
Enviado por Ricardo Mascarenhas em 13/04/2012
Reeditado em 14/04/2012
Código do texto: T3610658
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