Discípulos da ignorância
Neste exato momento, sinto-me envergonhada pela mediocridade que o ser humano pode atingir. Chego a concluir que vivemos em um mundo cheio de pessoas egocêntricas. Infelizmente, encontro-me em um local que converge para dores, angustias e sofrimentos. Não vejo nenhum rosto saudável pelos corredores. Ando em busca de paz e só me deparo com aflição e desgosto. Sigo ordens. Paro. Sento. Reflito em diversos fatos. Em poucos segundos, vejo que meus pensamentos percorrem diversas trajetórias. Mas, em seguida, interrompem-me com o som de vozes e risadas. Não compreendia. Quanta contradição! Comemoravam operações realizadas com êxito? Homenageavam o mais recente paciente que não habitaria mais aquele ambiente? Ou quem sabe até presenteavam um aniversariante? Com a finalidade de agradá-lo? Lamentável! Não passava nem perto do que eu imaginava. Na realidade, contavam casos, e o pior de tudo... Casos desrespeitosos de pacientes. Como aquilo era possível? Além de ignorarem que o direito de viver de muitos dos que estavam sentados na recepção corria contra o tempo, gozavam de pacientes que já haviam sido atendidos. Naquele momento, meus olhos não enxergavam nada além de ódio. Indignação por saber que esse tipo de ser, indubitavelmente desumano tem chance de ser visto com respeito pela sociedade. Revolta por ter a noção que poucos são competentes e que os demais não passam de indivíduos insensíveis. . E esse sentimento de desordem evidencia-se quando observo que muitas pessoas depositam confiança em agentes que não sabem ao menos o significado da palavra dignidade.