Casamento Caipira...
Casamento sempre é uma festa..., e, quando acontece em uma pequena cidade do interior paulista, então, a festa é maior ainda... Tudo na maior simplicidade, mas, envolve a parentalha, e, toda a vizinhança, para a preparação da cerimônia e dos festejos...
Os noivos felizes por ver a alegria de todos com a união demonstram o amor entre eles com mais intensidade. Beijos melados e abraços apertados são trocados.
“Olha comadre Irene, eles num se aguentam de felicidade!”
“Pois é, vou mandar a Amália e a Vera pra ajudá nos preparativos.”
E assim, aconteceu. As duas jovens eram: “pau pra qualquer obra”. Ditado do interior, que quer dizer: arregaçam as mangas e fazem tudo que precisar.
Descascar batatinhas para fazê-las temperadas como aperitivo, cortar cenouras, nabos, salsichas para compor os picles, picar cheiro verde, azeitona, cebola para a receita do patê de mortadela... Tudo era pedido para a dupla e elas sempre sorrindo; faziam.
“Limpem bem o amendoim tirem todas as casquinhas para que possamos passar na máquina de moer carne para fazer os cajuzinhos.”
Semana de intenso trabalho. Os pães de ló para o bolo foram feitos por elas. Enfim, a mãe e a sogra da noiva teciam elogios para as moças, deste modo, elas se empenhavam ainda mais no que faziam.
Dia do casamento tudo arrumado para a festa no salão paroquial da Igreja Matriz de Santa Bárbara, a mesa do bolo parecia uma vitrine de padaria, tal a quantidade e a qualidade dos docinhos, que a enfeitavam.
"Estamos reunidos na presença de Deus e destas testemunhas para solenizar diante do Todo-Poderoso o casamento deste homem e desta mulher...
Rose você promete, diante de Deus e destas testemunhas, receber José, como seu legítimo esposo, para viver com ele, conforme o que foi ordenado por Deus, na santa instituição do casamento? Promete amá-lo, honrá-lo, respeitá-lo, ajudá-lo e cuidar dele na enfermidade ou na saúde, na prosperidade ou na adversidade, e manter-se fiel a ele enquanto os dois viverem?"
A noiva responde: "Sim, prometo."
Os olhares se cruzam e eles fazem a troca das alianças.
Marcha nupcial! Fogos de artifícios avisam que a celebração chegou ao fim.
Os convidados entram no salão paroquial e sentam nas cadeiras que arrodeiam as mesas. Tudo muito bonito, mas faltam copos... Correria da mãe da noiva... Amália e Vera vão solicitar alguns copos aos vizinhos.
Entregam para os convidados e sentam na porta da cozinha para tomar um ar... O avô da noiva percebe que elas estão sem copos.
“Como as meninas dos meus olhos, sem copo. Deixa que eu vou dar um jeito, nisto! Esperem um pouco!”
O senhor vai andando até a despensa, as moças o acompanham com os olhos. Ele vai e tira a sua dentadura posterior de um copo com água, e, faz o mesmo, com a dentadura inferior.
Ele chega para dar os copos para Amália e Vera e não as encontram! Procura por elas, e nada!
As duas primas saíram tão rápido que não avisaram ninguém... Ficaram sem festejar o casamento! Sem comer as delícias...
Agradeço a interação do Recantista Vicente Reinaldo:
Admiro Ana Marly
Tuas supinas virtudes
Teu senso de humildade
Tuas belas atitudes
de admirar os meus versos
Bucólicos, reles e rudes.