EGO SUM QUI SUM (Êx. 3:14)
“Eu sou a alegria dos que me amam... tristeza dos que me odeiam.
A ocupação dos que me invejam e dos que não fazem nada”
(Toinha Ribeiro*)
Bem analisado, esse pensamento da Professora carpinense, senhora Antonia Ribeiro, revela as diversas maneiras de como somos vistos pelas outras pessoas.
Sempre haverá alguém que, ao interpretar as nossas atitudes, muitas vezes diametralmente oposto a real intenção daquilo que fizemos, irá nos aplaudir ou vaiar ainda que não expresse seu pensamento.
Há pessoas que se preocupam com a opinião alheia sobre si e, por causa disso, chegam às raias do desespero, porque esquecem que somos um aglomerado de pensamentos e atitudes.
Os pensadores romanos diziam, com muita propriedade, ego sum qui sum (eu sou o que sou) porque ninguém pode definir o ser humano, de forma conclusiva.
Cada momento, cada situação vivida, representam sempre uma experiência nova porque nossa vida é linear, embora haja pessoas que pensem ser cíclica.
Quando os filósofos gregos Sócrates, Platão, Parmênides, Heráclito... diziam, “não tomarei banho no mesmo rio” estavam fazendo referência ao fato de que, tanto o rio como nós, somos únicos em cada momento das nossas vidas.
Na mesma linha de pensamento, Sidarta Gautama diz “não passarei outra vez por esse caminho, portanto tudo o que tiver que fazer, devo fazê-lo agora...”
Podemos ter um elenco comportamental conhecido, previsível, mas nem sempre agiremos “conforme o combinado” porque há dentro de cada um de nós atitudes e comportamentos que nem mesmo nós conhecemos.
Quantas e quantas vezes nos surpreendemos quando tomamos atitudes ou permanecemos na inércia, “deixando para lá”, diante daquelas situações que antes seriam um nada ou o verdadeiro cavalo de batalha?
* Toinha Ribeiro é uma das mais representativas personalidades da sociedade Carpinense, dedicou toda sua vida ao magistério e hoje, aposentada, é detentora de notável ciclo de amizades, sendo conhecida e admirada em todas as classes sociais dessa cidade que escolhi para viver.