De terno e gravata

 

 

Antigamente as mulheres sofriam com os serviços domésticos, mas os homens também tinham lá seus problemas.

 

Aboletado na charrete cheia de latões, o leiteiro ia buzinando pelas ruas para atender a freguesia. Ali mesmo passava o leite para os caldeirões que as mulheres traziam. Aos sábados, muitos homens vinham da roça a cavalo para as compras no Mercado. Padeiros entregavam o pão de casa em casa, assim como os jornaleiros. Homens de outras profissões andavam de terno, gravata e chapéu. Sempre. Fossem eles porteiros de cinema, motoristas de táxi, comerciantes ou farmacêuticos; médicos, dentistas, professores, advogados ou engenheiros. Em ‘manga de camisa’, como dizia minha avó, só mesmo em casa. Nem os rapazes podiam entrar no cinema sem gravata. Garotinhos iam à missa ou a festas de terninho de calça curta. Com a gravatinha de elástico presa ao pescoço.

 

Lembro que as calças curtas eram o maior mico dos garotos pré-adolescentes. Tinham que usá-las até os doze ou treze anos!

 

Hoje, até os coroas andam pela cidade de ‘calça curta’. Para disfarçar, chamam de bermudão.