Madrasta

Em tempos mais remotos, ser madrasta era ser a nova mãe, dos filhos do homem que ficara viúvo jovem demais.

Hoje ser madrasta, mediante as inúmeras separações que uma pessoa vivência, é ser uma mulher maravilha, dotada de incontáveis qualidades de anulação, de compreensão, de bem querer e amor.

A mentalidade de outrora era que a família necessitava de uma figura materna, feminina, para ser uma família, caso contrário, tudo ruiría, perderiam-se os valores e os membros seriam criados a mercê do destino.

Atualmente a independência dos menores e suas escolhas, são vigentes e pouco questionadas. Várias mulheres entram na intimidade dos lares, como novas tecnologias surgem no mercado.

Isso ocorre também com o que se refere ao sexo oposto, mas com menor número. Essas mulheres chamadas de madrastas costumam hoje em dia penar na nova casa.

Enfrentam muitas rejeições por parte dos enteados. Segundo estatísticas, cresce a cada dia o número de lares com madrastas.

É um dos novos perfis da família brasileira.

Antigamente elas vinham para amparar filhos órfãos, ainda sensibilizados pela perda sofrida. Eram mulheres bem vistas pela sociedade e super queridas pelos enteados, mas hoje com a aprovação do divórcio e com a guarda compartilhada, as madrastas assumem outros papéis.

De boazinhas passam a más, mulheres más que vieram tirar o pai dos braços da mãe.

Nossos tempos, tão modernos, tão cheios de liberalidades e metamorfoses, geram conflitos existenciais catastróficos para a sociedade.

Desajusta a mente das crianças e dos adultos, distorce os valores, quebram as estruturas da célula fundamental do equilíbrio do homem.

O agravante nisto tudo é a reconstituição das expectativas internas de cada um, pois rompe-se o mito do amor incondicional dos pais.

Posso parecer atrasada aos olhos de muitos, mas todo esse entra e sai de mãe de sangue, mãe postiça,mãe de aluguel, madrasta e etc...que vão surgindo como formigas no ninho, é algo danoso a personalidade humana. As pessoas tornam-se cada vez mais desorientadas, desacreditadas e solitárias.

Nem sempre ocorre de o momento certo coincidir com a necessidade e isso cria frustração, sensação de desolação e desorientação.

Não acredito nas madrastas formigas, que se aglutinam de uma casa para a outra, como se ser mãe fosse tão somente comparecer fisicamente.

Madrasta só é mãe quando se entrega como mãe de verdade. Que vive com quem ama e sua família, até o caso de uma viuvês. Falo isso porque não aprovo o divórcio. E creio que em casos extremos, onde a separação é algo de fato necessária, pondo em risco a saúde de um dos cônjugues, então os separados que vivam para os filhos, até os mesmos estarem independentes, encaminhados na vida, aí sim...após tudo isso poderão procurar alguém solteiro ou separado, mas na sua mesma situação, para desfrutar do que lhes resta de vida.

Hoje muitas vezes, um filho passa a chamar de mãe ou madrasta mais de mil mulheres ao longo de sua vida.Como pode em sua mente formar o verdadeiro conceito do que é ser mãe?

Se uma é boa numa coisa e a outra noutra coisa. Se uma reprime por amor e a outra libera também por amor?

Quem ama não abandona. A separação é o abandono do dever de criar quem se gerou.

Deus nunca abandona nenhum dos seus filhos, nunca...ele é presente eternamente...

Como pode-se abandonar sua criação de amor?

Quem rompe os laços do matrimônio, rompe os laços com Deus. Pois quem gera cria.Quem promete, cumpre...

A vida é feita de escolhas e certas escolhas nos fazem unidos para todo o sempre, com responsabilidades, deveres, obrigações.

Pois sempre foi dito: Pense...Pense bem...pois o casamento, os filhos são para a eternidade.

Na saúde e na doença...

Na alegria e na tristeza...

Até que a morte os separe...

E nenhuma mãe é madrasta e nenhuma madrasta nos nossos tempos é verdadeira mãe, pulando assim de galho em galho.

Mãe tu partiu

Uma entrou

Outra já saiu...

Saudade de você

Uma grita

Outra nem lê...

Não sei como vai ser

Tudo pode acontecer

O pai não consegue perceber...

Mãe que saudade

Pena que você se foi

Aqui só vejo falsidade...

Outra chegou

Parece bacana

O pai se apaixonou...

Não sei até quando

Só sei que te amo

E é por isso esse pranto...

Saudade da mãe querida

Quem a vida me deu

Madrastas não me dão vida...