Chico preguiça
Fabriciano era o nome de batismo, mas aos cinco anos, decidiu que queria ser chamado de Chico. O apelido era curto, cansava menos dizer. Preguiça foi acrescentado depois, por uma professora, aborrecida por um aluno que passava o tempo todo dormindo. Dizem as más línguas, que Chico teve preguiça até de nascer. Passou o prazo da data do parto e nada! Foi preciso uma cesariana para arrancá-lo do útero materno. Amamentar no peito nem pensar, muito cansativo! Após dois dias sem conseguir que o filho lhe sugasse o seio, dona Marieta decidiu-se pela mamadeira. Assim passou a infância, a adolescência e o Marasmo do Chico, em nada mudou. Aos dezoito anos, seu pai decidiu que já estava na hora do rapaz, ajudar na mercearia da família, mas foi uma decepção! Chico passava a maior parte do tempo cochilando debruçado no balcão. Por muitas vezes, era o próprio freguês, quem pegava a mercadoria e deixava o valor equivalente ao lado do dorminhoco. Passaram-se os anos e uma novidade veio agitar a vida parada do Chico. Uma linda mulata, de nome Joelma, mudou-se para a casa vizinha a do rapaz, e se apaixonou logo que o avistou. Ele levou um mês, para perceber que os olhos verdes da moça, brilhavam em franco convite. Chico se encantou pela mulata, mas essa após esperar por um ano, o convite para namoro, fugiu com um representante de Deus. O sujeito era padre, mas não teve preguiça de juntar suas coisas e na calada da noite, fugir com a mulher amada. Quanto ao Chico, chorar, não chorou (pois chorar cansa) se enrodilhou na rede e esqueceu a bonita vizinha. Vânia Lopes 10/04/12