AUSÊNCIA, NEGLIGÊNCIA, DESCASO...

Nas duas últimas semanas tive a decepcionante oportunidade de constatar que o poder público no Estado de Pernambuco, no tocante às rodovias, é uma piada de mau gosto.

As Brs 101 e 232, por conta das duplicações que estão sendo feitas pelo Governo Federal estão bem conservadas e sinalizadas, mas as rodovias que têm PE antes do número são o retrato vil da ausência do órgão (ir) responsável por suas conservações.

O motorista tem o direito de escolher se cai num buraco grande ou pequeno, raso ou fundo, mas fatalmente, cairá num deles, ou melhor, na maioria deles. As bordas dos buracos mostram a tênue camada de asfalto sobre o barro ou areia, pois as estradas foram feitas sem o alicerce de pedra.

A sinalização horizontal (aquela desenhada no asfalto) está apagada e a sinalização vertical (as das placas) que em algum tempo existiu, as intempéries e os vândalos se encarregaram de dar fim.

O acostamento, quando existe, está tomado pelo mato alto que esconde os restos das placas esburacadas por bala ou pichadas pelos irresponsáveis acobertados pelo ECA e outras leis feitas por marginais para proteger bandido.

As vias se cruzam sem nenhuma indicação do destino que terá o incauto que se aventurar em trafegar por ali. Acrescente-se a isso a má educação dos pseudo condutores, habilitados por telefone, que fazem questão de manter os faróis altos quando cruzam com outro veículo depois que escurece.

É notável o exagerado número de cruzes, testemunhas mudas das muitas vidas ceifadas pela negligência do poder público que demonstra de forma irrefutável o descaso com o contribuinte que, ano após ano, paga compulsoriamente, licenciamento, IPVA, vistoria, seguro RCOVAT além do percentual no preço dos combustíveis para abertura de novas vias e conservação das já existentes.

Surge uma pergunta incômoda:

Por que não usar a mão de obra ociosa (24h por dia) da super população carcerária para fazer a manutenção das estradas?

O pior de tudo é constatar que não temos a quem reclamar, porque o Legislativo que deveria fiscalizar os atos do Executivo está muito ocupado com a distribuição das verbas do mensalão, necessárias para que as prestações de contas dos exercícios sejam aceitas sem quaisquer interpelações quanto ao destino do dinheiro do orçamento...